O Ramiro Marques, Eu e os Sindicatos
Se entrar no Profblog e pesquisar Anabela Magalhães vai-se deparar com muitas e variadas postagens sobre a minha pessoa e sobre assuntos abordados por mim, neste blogue, e que pode ler clicando aqui.
Vou transcrever apenas dois deles.
Num dos posts, mais precisamente a 29 de Janeiro de 2009, Ramiro Marques escreveu:
A Anabela Magalhães é professora de História na Escola Secundária de Amarante. Edita o Blog Anabela Magalhães desde 2007. Gosto de ler a Anabela Magalhães porque ela é corajosa, directa e escreve bem. Medo é coisa que esta mulher não tem. Usa a sátira com mestria sempre que pretende desmontar os desvarios dos adesivos e dos comissários políticos. Na escola secundária de Amarante, a Anabela é uma voz livre. Esse gosto pela liberdade transparece, todos os dias, no blog. Em dois anos, a Anabela postou mais de 1000 posts. É raro o dia que não nos brinda com 2 ou 3 textos. O blog da Anabela oscila entre o estilo confessional, centrado nas muitas histórias de vida de uma professora, e a análise da política educativa. Quando é preciso, o blog é um instrumento de combate. A Anabela partilha comigo o gosto pela fotografia. Eu já lhe disse que não gosto do fundo preto do blog, mas ela não me deu atenção. A Anabela não pensa pela cabeça dos outros. Faz bem. Alô, Anabela! Não pares!
E no dia 29 de Abril de 2009 escreveu:
A Anabela Magalhães é professora em Amarante. Na Escola Secundária de Amarante. Lecciona História e edita o blogue homónimo . Um blogue de uma professora que luta. E luta sempre: com a palavra, o gesto e o exemplo. Quando foi preciso vir até cá abaixo, ela veio: seis horas de autocarro para cada lado. Mas veio. Não disse: "eu gostava de ir mas estou cansada". Quando foi preciso fazer um dia de greve, ela fez. Não disse: "para que serve um dia de greve? Ainda se ao menos fosse uma greve de uma semana!" Quando tem conhecimento de atropelos e injustiças na sua escola, ela denuncia. Não diz: "para que é que me estou a chatear? Não é comigo!" Quando foi preciso tomar decisão sobre a ficha dos objectivos individuais, ela não entregou. Não disse: "não sou parva, para quê estar a prejudicar-me?" Quando os sindicatos fizeram a consulta aos professores sobre as formas de luta a realizar no 3º período, ela falou e escreveu. Não ficou em silêncio. Não disse: "para quê continuar a lutar se dois terços entregaram os objectivos individuais?" E quando os sindicatos e os movimentos independentes de professores voltarem a apelar a formas concretas de luta, ela luta. Não vai dizer: "não vou à manifestação porque ninguém me ouviu". E quando chegar o dia de colocar o voto nas urnas, ela vai pôr. Não fica em casa. Vai castigar o partido que mais mal fez aos professores nos últimos 35 anos. Não diz: "são todos iguais, fico em casa".
Ora vem isto a propósito de um artigo saído um dia destes no DN, escrito pelo Ramiro Marques e publicado no seu blogue com o título 3 notas sobre o processo negocial:Texto curto no DN de hoje e do qual vou só transcrever o ponto 1, avisando desde já que os sublinhados são meus:
"#1. Na génese estão dois equívocos alimentados pela Fenprof com a Fne a deixar-se ir a reboque numa luta sem tréguas por novas sindicalizações. As duas maiores federações sindicais de professores andam a medir forças para ver quem é mais forte, mais radical e berra mais alto. Nesta guerra quem perde mais são os docentes que foram instrumentalizados na base de dois equívocos: a ideia errada de que as 40 horas semanais provocam aumento de carga letiva e a ameaça, também errada, de que o Governo está a preparar o desemprego de milhares de docentes dos quadros."
Posto isto, não vou tecer qualquer comentário sobre esta mudança radical de opiniões operada no Ramiro Marques desde que o pê esse dê chegou ao poder. Cada um faz as suas opções e ponto final. E arca com as consequências delas. Apenas a constato, à mudança radical do discurso. E apenas quero afirmar aqui e agora que não gostei mesmo nada da observação, extraordinariamente infeliz, sobre os docentes instrumentalizados, coitaditos, enganados pelos malandros dos sindicalistas.
Por acaso somos para aqui alguns mentecaptos?
Por acaso somos para aqui alguns mentecaptos?
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