Trabalhos em Curso - Barca - Serra da Aboboreira - Amarannte
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Guardo na minha memória lembranças de dias de infância muito felizes passados à solta nos quintais dos meus avós Rodrigo e Luzia, em Cepelos, cavalgando as videiras, fazendo delas autênticos cavalos selvagens, fazendo corridas de sameiras, brincando aos índios e aos cowboys, apanhando girinos nos charcos, apanhando rãs que pendurávamos pelas patas traseiras nas ramadas sobre o tanque esperando que a nossa fosse a última a perder a força nas canetas e a mergulhar para a água, fazendo tendas à volta dos troncos das árvores de fruto...
Ora, o meu neto por certo não esquecerá muitas das coisas que vão acontecendo durante o seu crescimento e a tarde de hoje será, certamente, uma das tardes inesquecíveis da sua tão jovem vida.
Primeiro cortamos e preparamos os troncos dos castanheiros. Depois ele transportou-os, alguns com a ajuda do seu bisavô, os dois felizes a darem-me ordens de faz-se assim ou de faz-se assado.
E a tenda não foi iniciada sem que antes se fizesse o seu projecto no chão, ordens do mais novo da prole. E só depois passamos à acção, cava buracos, Anabela Maria, encosta os troncos uns aos outros, ata-os com uma corda de sisal e eis que a base da tenda está pronta.
Ainda falta muito para a dita cuja estar terminada... mas ainda bem, é que convém fazer render o peixe à Jóia de Luz... e, além do mais, há coisas mais importantes do que a mera chegada à meta quando o percurso é, bem, é simplesmente delicioso!
Está a ser o caso.
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