quinta-feira, 24 de outubro de 2019

O ME e as Agressões a Professores Versus o ME e as Agressões a Alunos

O ME e as Agressões a Professores e Funcionários Versus o ME e as Agressões a Alunos

A violência física contra professores e assistentes operacionais, em contexto escolar, da parte de alunos, pais de alunos, avós de alunos, tios de alunos, encarregados de educação de alunos... enfim, o que for, parece estar a aumentar, neste início de ano lectivo de 2019/2020, com vários casos reportados nos últimos dias. Não conheço as estatísticas, não sei se isto já era assim mas não chegava à comunicação social, ou se, de facto, estas tristes parangonas correspondem a um efectivo descontrolo do ambiente escolar.
Devo já dizer que não me espanta nada que este "aparente" aumento corresponda mesmo à realidade e basta só pensar na diminuição drástica de professores e de assistentes operacionais verificada nas escolas portuguesas nos últimos anos.
Dou o caso da minha escola, assim de cabeça e sem grandes preocupações de rigor, só este ano lectivo, que nem dois meses tem ainda, um funcionário já se reformou e três estão de baixa... sim, porque a idade não passa só para nós professores e também os assistentes operacionais estão mais velhos e doentes. Mas isto foi "apenas" este ano lectivo porque há muitos anos que não entra seja quem for para os quadros ou a contrato... e, entretanto, quantos funcionários já se reformaram ou abandonaram este duro e mal pago!!! trabalho?!
Ou seja, a culpa desta degradação do ambiente escolar é toda do ministério da Educação. O ME é o primeiro a dar o exemplo, a toda a população portuguesa, do não respeito pelos professores e pelos assistentes operacionais. Somos tratados como carne para canhão, insultados na praça pública, desrespeitados, vilipendiados, aldrabados, roubados, tudo às claras e sem qualquer preocupação de disfarce perante a totalidade da população portuguesa e tudo isto por quem deveria ser o nosso primeiro defensor. Portanto, estão à espera de quê?!
Esta falta de respeito constante, por parte da tutela, por quem devia dar o exemplo exemplar, este verdadeiro assédio psicológico, até por omissão, deveria ir a um qualquer tribunal para pronunciamento/julgamento porque não me parece, de todo, normal, saudável, expectável, num país de direito, numa democracia madura.
Nós não somos sacos de pancada, nós não somos carne para canhão.

Fomos brindados nos últimos dias com várias notícias de agressões a professores e a funcionários e, perante tais factos, ao invés de vermos a tutela a agir de imediato, o que tivemos nós para além dum silêncio ensurdecedor da parte da gente que senta os rabos nas cadeiras do ministério? Pois nada. Não tivemos um apoio, uma palavra, um ombro amigo... nem mesmo uma selfie do presidente dos afectos que, pasme-se, também é/foi professor.
Ao invés, um professor alegadamente agrediu um aluno. E o que tivemos nós da parte do mesmo ministério que nos tutela a todos? Pois uma reacção imediata e o anúncio de abertura de um processo para averiguação de factos.
Resumindo e concluindo, para mim, a tutela que me tutela, está abaixo do nível da sarjeta e não!!! não merece os trabalhadores que tem.
E desculpem-me, mas isto não tem que ser assim! E isto tem que mudar.

Nota - A minha solidariedade com todos quantos foram agredidos dentro de um espaço escolar que devia ser seguro, que devia ser Home.

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