A extensa peça, "Há ou não há solução para o envelhecimento do corpo docente?", saída no passado dia 10 de Janeiro, no educare.pt, aborda esta pertinente questão/problema que, um dia destes, explodirá nas mãos de uns quaisquer políticos que, por agora, não estão a acautelar coisa alguma.
É claro que não vou fazer de conta que o ministério que nos tutela não está a implementar políticas erradíssimas, e já desesperadas, ao considerar que qualquer professor está apto a leccionar TIC desde que tenha feito uma acção de formação nesta área!!!! Onde é que já se viu semelhante aberração que abre a porta a um admirável mundo novo do qual eu não quero fazer parte.
Aqui fica a minha contribuição, de resto já amplamente tratada neste blogue, de alerta para um problema que se colocará mais cedo ou mais tarde - mais de 50% dos docentes portugueses atingirão a idade da reforma na década que, não tarda nada, se iniciará e os políticos portugueses continuam a assobiar para o lado como se o problema fosse desaparecer na próxima esquina transposta.
Passagem de testemunho “à martelada”
"Anabela Magalhães, professora de História do 3.º Ciclo do Ensino Básico, tem um blogue com o seu nome, e tem abordado o assunto várias vezes. Um problema grave que se tem empurrado com a barriga, um drama, como escreve. “A passagem de testemunho suave e natural, que já foi habitual um dia, não está a ser feita numa escala compatível com o que seria desejável e normal, porque há um fosso, um hiato criado artificialmente pelo poder político que travou as saídas de professores o mais das vezes esgotados, muitas vezes demasiado exaustos e impediu o mais possível as entradas de sangue novo, gente com sangue na guelra, disposta a agitar as instituições e a tirá-las, se possível, de alguma letargia existente que se acentuará, por certo, à medida que todo o corpo docente envelhece”. Quem chega de novo já tem perto de 40 anos de idade e os professores abaixo dos 30 são muito poucos. Anabela Magalhães está apreensiva com a passagem de testemunho, antes feita de forma natural, agora de “forma abrupta e solavancada para não dizer mesmo à martelada”.
“Por outro lado, a plasticidade, a dinâmica e a capacidade de adaptação, até mesmo o otimismo, de um corpo docente envelhecido não são os mesmos se a média etária desta classe profissional se situa pelos 30, pelos 40 ou pelos 50… um dia destes rondará os 60 anos em Portugal se os políticos que nos governam não tomarem medidas drásticas que possibilitem o rejuvenescimento desta classe que lida, no seu dia a dia, paradoxalmente, com os mais jovens, ou seja, que lida com o futuro da Nação”.
Haverá contingente suficiente para substituir milhares e milhares de professores que estão a chegar à idade da reforma? A pergunta pode estar em suspenso, mas, mais dia menos dia, terá de ter resposta. Num futuro não muito distante, provavelmente. “A situação vai ser de tal modo escandalosa a nível europeu que os nossos políticos vão ser mesmo obrigados a tomar medidas drásticas para se verem livres de um tão gigantesco número de professores velhos”, escreve no seu blogue."
Pode ler o artigo completo clicando aqui.
Nota - Grata pelo envio da informação, Sara R. Oliveira!
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