História em Movimento - O Barroco - 8ºB
História em
Movimento - Aula - O Barroco - 8ºB
Fotografias de
Anabela Matias de Magalhães
História em Movimento - O Barroco -
8ºB
A primeira turma a vivenciar esta aula tão diferente foi a minha turma do 8ºB, constituída por uma miudagem bastante heterogénea, hoje muito homogénea na pontualidade, todos os alunos cumpriram escrupulosamente o horário previsto sendo que eu lhes pedi para se concentrarem no portão da Escola logo que tocasse para fora, o que aconteceu, muito homogénea no interesse demonstrado durante toda a visita e muito homogénea no excelente comportamento evidenciado desde a hora da partida até à hora da chegada à EB 2/3 de Amarante.
Solicitei previamente transporte camarário pois o tempo por aqui não tem estado para brincadeiras, hoje já tivemos direito a alguns dilúvios, e lá fomos. A distância é curtíssima, cumpre-se com facilidade e à nossa espera, na Igreja de S. Domingos ou de Nosso Senhor dos Aflitos, tínhamos um professor feliz, o professor Miguel Moreira, que de novo voltou ao contacto com os "seus" alunos depois de um breve interregno desde a sua aposentação.
A primeira parte da aula fez-se na entrada altaneira de S. Domingos, absorvendo todo o Largo de S. Gonçalo, a sua Igreja de portal lateral aqui transformado em portal principal devido aos constrangimentos de um relevo acidentado e abrupto, onde estão presentes os estilos renascentista, maneirista e barroco, a Ponte Velha, o casario do Covelo, do Arquinho e da Madalena... lá mais ao longe terras de Padronelo... e a casario novo a subir as encostas... louco, desordenado...
E foi hora de dar meia volta... para entrarmos num pequeno templo católico, de planta centralizada, barroco por excelência e portanto de decoração exuberante, excessiva, luxuosa, rica, cheia, ondulante como tão bem nos explicou o nosso professor/cicerone por uma manhã... ou por parte dela... o professor Miguel Moreira, depois de enquadrar este estilo num contexto religioso de Reforma e Contra-Reforma e num contexto político de Absolutismo.
A talha dourada, possibilitada pela chegada abundante de ouro do Brasil, foi empregue profusamente na decoração interior da Igreja de S. Domingos e o "horror ao vazio", que tão bem caracteriza o Barroco, é, aqui, óbvio.
Depois de observarmos altares laterais, coro alto, altar-mor, depois de escutarmos um excerto do Sermão aos Peixes lido do púlpito, voluntariamente, por um dos alunos, obrigada R C!, sobre os peixes roncadores, tão mas tão atual, foi tempo de passarmos ao Museu de Arte Sacra, anexo à Igreja de S. Domingos, para observarmos as características do barroco na pintura e na escultura - os contrastes luz/sombra, de novo o excesso decorativo, a policromia, o movimento ondulante nas vestes, nos cabelos...
E eis que a aula se assemelha a "Uma aventura na Igreja de S. Domingos" já que os alunos puderam aceder à Igreja de S. Gonçalo através de uma passagem feita por uma varanda que liga directamente este espaço, agora museu, à Torre Sineira de S. Gonçalo e daí ao coro alto da dita igreja, igualmente barroca por excelência... que entusiasmo...
E entram em acção os professores de música, Margarida Assis e Paulo Silva. Primeiro escutámos o som exuberante e forte do belíssimo órgão de tubos, já integralmente restaurado, da Igreja de S. Gonçalo. Depois foi tempo de escutarmos três peças barrocas, de três compositores e músicos alemães dos séculos XVII/XVIII, a primeira de Geog Philipp Telemann, a segunda de Georg Friedrich Haendel e a terceira de Johann Sebastian Bach. A professora Margarida Assis ao piano, os alunos nas flautas comandados pela batuta do professor Paulo Silva, primeiro talvez um pouco intimidados pela monumentalidade do espaço, depois já mais poderosos e fortes, os sons saídos de tanta flauta. Os meus parabéns a todos pela coragem!
A manhã fechou com chave de ouro, já romântica, com a Margarida Assis ao piano, a tocar o Avé Maria de Schubert, acompanhando um Paulo Silva que, por certo, fez parar todo o movimento do Largo de S. Gonçalo com a sua belíssima voz! Até os alunos estavam encantados... penso que até as pombas se aquietaram no portal...
Que beleza de aula conseguimos a tantas mãos. De aula ou de aulas... que acho que foram várias... de História, de Educação Musical, de Formação Cívica, de Património Local... eu sei lá... de vivência num espaço que é nosso e que temos de aprender a valorizar.
Por último quero deixar os meus agradecimentos sentidos a todos quantos colaboraram para que esta aula passasse da teoria à prática... e por certo ainda postarei sobre tão importante assunto...
E não posso deixar de agradecer ao João Duro que, para além de fotografar toda a aula, a registou em imagens vídeo que serão posteriormente trabalhadas pelo professor Antero Pereira.
Darei novas...
Nota - Post originalmente publicado no meu blogue História em Movimento. Espreitem-no... é só clicar na hiperligação a vermelho...
A primeira turma a vivenciar esta aula tão diferente foi a minha turma do 8ºB, constituída por uma miudagem bastante heterogénea, hoje muito homogénea na pontualidade, todos os alunos cumpriram escrupulosamente o horário previsto sendo que eu lhes pedi para se concentrarem no portão da Escola logo que tocasse para fora, o que aconteceu, muito homogénea no interesse demonstrado durante toda a visita e muito homogénea no excelente comportamento evidenciado desde a hora da partida até à hora da chegada à EB 2/3 de Amarante.
Solicitei previamente transporte camarário pois o tempo por aqui não tem estado para brincadeiras, hoje já tivemos direito a alguns dilúvios, e lá fomos. A distância é curtíssima, cumpre-se com facilidade e à nossa espera, na Igreja de S. Domingos ou de Nosso Senhor dos Aflitos, tínhamos um professor feliz, o professor Miguel Moreira, que de novo voltou ao contacto com os "seus" alunos depois de um breve interregno desde a sua aposentação.
A primeira parte da aula fez-se na entrada altaneira de S. Domingos, absorvendo todo o Largo de S. Gonçalo, a sua Igreja de portal lateral aqui transformado em portal principal devido aos constrangimentos de um relevo acidentado e abrupto, onde estão presentes os estilos renascentista, maneirista e barroco, a Ponte Velha, o casario do Covelo, do Arquinho e da Madalena... lá mais ao longe terras de Padronelo... e a casario novo a subir as encostas... louco, desordenado...
E foi hora de dar meia volta... para entrarmos num pequeno templo católico, de planta centralizada, barroco por excelência e portanto de decoração exuberante, excessiva, luxuosa, rica, cheia, ondulante como tão bem nos explicou o nosso professor/cicerone por uma manhã... ou por parte dela... o professor Miguel Moreira, depois de enquadrar este estilo num contexto religioso de Reforma e Contra-Reforma e num contexto político de Absolutismo.
A talha dourada, possibilitada pela chegada abundante de ouro do Brasil, foi empregue profusamente na decoração interior da Igreja de S. Domingos e o "horror ao vazio", que tão bem caracteriza o Barroco, é, aqui, óbvio.
Depois de observarmos altares laterais, coro alto, altar-mor, depois de escutarmos um excerto do Sermão aos Peixes lido do púlpito, voluntariamente, por um dos alunos, obrigada R C!, sobre os peixes roncadores, tão mas tão atual, foi tempo de passarmos ao Museu de Arte Sacra, anexo à Igreja de S. Domingos, para observarmos as características do barroco na pintura e na escultura - os contrastes luz/sombra, de novo o excesso decorativo, a policromia, o movimento ondulante nas vestes, nos cabelos...
E eis que a aula se assemelha a "Uma aventura na Igreja de S. Domingos" já que os alunos puderam aceder à Igreja de S. Gonçalo através de uma passagem feita por uma varanda que liga directamente este espaço, agora museu, à Torre Sineira de S. Gonçalo e daí ao coro alto da dita igreja, igualmente barroca por excelência... que entusiasmo...
E entram em acção os professores de música, Margarida Assis e Paulo Silva. Primeiro escutámos o som exuberante e forte do belíssimo órgão de tubos, já integralmente restaurado, da Igreja de S. Gonçalo. Depois foi tempo de escutarmos três peças barrocas, de três compositores e músicos alemães dos séculos XVII/XVIII, a primeira de Geog Philipp Telemann, a segunda de Georg Friedrich Haendel e a terceira de Johann Sebastian Bach. A professora Margarida Assis ao piano, os alunos nas flautas comandados pela batuta do professor Paulo Silva, primeiro talvez um pouco intimidados pela monumentalidade do espaço, depois já mais poderosos e fortes, os sons saídos de tanta flauta. Os meus parabéns a todos pela coragem!
A manhã fechou com chave de ouro, já romântica, com a Margarida Assis ao piano, a tocar o Avé Maria de Schubert, acompanhando um Paulo Silva que, por certo, fez parar todo o movimento do Largo de S. Gonçalo com a sua belíssima voz! Até os alunos estavam encantados... penso que até as pombas se aquietaram no portal...
Que beleza de aula conseguimos a tantas mãos. De aula ou de aulas... que acho que foram várias... de História, de Educação Musical, de Formação Cívica, de Património Local... eu sei lá... de vivência num espaço que é nosso e que temos de aprender a valorizar.
Por último quero deixar os meus agradecimentos sentidos a todos quantos colaboraram para que esta aula passasse da teoria à prática... e por certo ainda postarei sobre tão importante assunto...
E não posso deixar de agradecer ao João Duro que, para além de fotografar toda a aula, a registou em imagens vídeo que serão posteriormente trabalhadas pelo professor Antero Pereira.
Darei novas...
Nota - Post originalmente publicado no meu blogue História em Movimento. Espreitem-no... é só clicar na hiperligação a vermelho...
2 comentários:
Dizes bem, Belinha: Aulas, que a literatura barroca, do iluminado Vieira, também passou por aí.
Que bela aula!
Fico com a sensação de aí ter estado convosco, tal o poder sugestivo da tua fulgurante narração-descrição.
Ainda assim, invejo as pombas.
Imaginas as saudades que eu tenho tuas, Elsa Duarte? Preciso de falar contigo, tanta coisa que tenho para te dizer... abre um face, catano!
Obrigada pelas tuas palavras carinhosas, pela tua pegadinha boa que aqui me/nos deixas.
Passarei a olhar as pombas e a pensar em ti... uma delas aquietada no portal de S. Gonçalo...
Beijo grande, do tamanho do meu sorriso de orelha a orelha... e xi-coração apertadinho... tu permaneces dentro do meu... tu sabes...
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