quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Sala de História - EB 2/3 de Amarante

Sala de História EB 2/3 de Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
 
Sala de História - EB 2/3 de Amarante

O projecto História em Movimento, que brotou um dia dos meus vivos neurónios e que está a ser implementado por mim, na sua totalidade e nas várias vertentes, na EB 2/3 de Amarante, sendo um todo só concretizado no seu todo faz sentido, faz-se de pequenos ou grandes passos que se vão acumulando numa marcha contínua, ora mais apressada, ora mais lenta, passos que nos trouxeram aqui, ao dia de hoje com as suas circunstâncias, e que nos levarão a outros dias do futuro, se nada de imprevisto nos acontecer pelo caminho, exigindo nós/eu que esses dias sejam feitos de realidades de melhor qualidade e asseio quando comparadas com as presentes.
O meu trabalho insere-se nessa perspectiva. Ensinar, educar, cativar, actuar, alterar, modificar, enriquecer... apenas porque não sou um mono quer na minha vida privada e pessoal, quer na minha vida pública e profissional e recuso-me a ser uma morta em vida, também profissionalmente falando.
Quando fui colocada na EB 2/3 de Amarante, a Sala de História só se distinguia das demais porque tinha nos seus belos armários um amontoado de mapas empoeirados, que eu nunca usei, e um globo terrestre que a cada passo sai do armário porque ainda hoje lhe dou uso. De resto, as mesmas paredes e tectos negros como tições dos fungos causados pelas humidades infiltradas do resto da Escola.
Meti pés a caminho e arrastei outros comigo. A Escola custeou a tinta e, numa manhã de paragem lectiva, professores, funcionários e alguns alunos do Clube de História deixaram a Sala de História um brinquinho. O historial desta intervenção pode ser lido aqui e data de 2011.
Depois pedinchei uns painéis que vi encostados numa das salas de trabalho onde leccionava uma turma de CEF e esses painéis lá foram, novinhos em folha, ocupar o espaço, vazio e enorme, da parede do fundo da nossa sala de aula e por ali permaneceram até à semana passada, servindo de suporte a uma espécie de Jornal Escolar de História, feito de trabalhos realizados pelos alunos. Infelizmente, e apesar de todos os avisos feitos "aos crianças", durante estes anos os painéis foram sendo degradados, ratados mesmo!, num desrespeito pela propriedade pública verdadeiramente intolerável. Fico sempre pasma, confesso, agora ainda mais do que antes, quando um aluno se vira para mim, depois de um sermão de missa cantada e me diz "Professora, isso não interessa que o Estado paga!" parecendo? desconhecer que o Estado sou eu, os pais dele e os restantes portugueses que, com o dinheiro dos seus impostos, sustentam este estado voraz também à conta deste desrespeito da coisa pública que é destruída apenas porque "me apeteceu"!
Confesso que estes painéis violentados dentro da Sala de História andavam a mexer com os meus neurónios irrequietos e amantes da ordem, da organização e do asseio.
Já tinha feito o pedido à nossa directora do agrupamento, num quase final de ano lectivo de 2012... rssssss... já não havia verba... "Anabela, lembra-me num início de ano lectivo". Este ano lembrei. Expliquei ao Sr. Pinto, todas as escolas deviam ter um funcionário assim!, o que pretendia, nada de especial, apenas três vitrinas fechadas, à chave, com portas de vidro, na onda das vitrinas que estão espalhadas pelo pavilhão central, apenas que um pouquito mais fundas. Os orçamentos dos materiais foram pedidos e são irrisórios na despesa da Escola. OK! Mãos à obra, Sr. Pinto, já que compete a este funcionário exemplar da EB 2/3 de Amarante a montagem dos materiais, pedidos soltos para ser mais económico! Já vi a estrutura das vitrinas e confesso que as achei lindas e estou já a imaginá-las recheadas de trabalhos...
Entretanto, os estuporados dos painéis todos ratados saíram do fundo da nossa sala e a parede apresenta-se agora nua, aguardando serenamente a chegada das três novas inquilinas que servirão de pretexto para os alunos pesquisarem materiais - recortes de revistas e jornais, selos, postais, fotografias... afixarem os seus textos... o que for... e que, espero!, servirá de motivação para os temas a tratar, tão interessantes todos, de História.
Darei novas sobre esta intervenção...

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