Fotografia Quase Premonitória - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Ana Passos
Confesso que nunca antes aluno algum tinha feito uma qualquer rasteira a esta professora... só que, completamente sem saber ler ou escrever, eis que um aluno, meu, que se note!, passa-me uma senhora rasteira durante o último baile de finalistas, ocorrido na passada sexta-feira.
A história conta-se rapidamente.
Esta professora passou a noite a dançar, relembrando épocas aureas de discoteca, ocorridas nos anos 70, 80 e mesmo 90, aproveitando assim a oportunidade para tirar a barriga de misérias no que a bailaricos e danças improvisadas diz respeito.
Ora, a aproveitar aproveita-se tudo e, confesso, já a noite ia alta, aproveitei para trabalhar um pouco na logística da festa, ajudando... mas sempre dançando, nada de confusões!, arruma loiça suja, coloca garrafas vazias, guardanapos de papel e restos de decorações espatifadas nos contentores do lixo... e ia eu a atravessar o central, sempre a dançar que a música pedia, e eis que um aluno, de costas para mim e em grupo animado, estica o pé para trás, o que equivale a dizer que coloca o pé mesmo à frente de um dos meus e eis que temos um contacto imediato de 1.º grau que me fez percorrer uma boa parte do central em equilíbrio instável e quase quase a bater com os queixos... e o resto!, no chão.
Não sei como não me estatelei, esbracejando, tentando recuperar o meu equilíbrio perdido, com a rasteira daquele aluno que, entre risos e atrapalhações de oooohs e pedidos de desculpa muitos eu escutava nas minhas costas enquanto quase limpava o chão do central com o meu brilhante vestido, a cara e eu sei lá o que mais.
As minhas colegas, que puderam apreciar a cena de camarote, dizem que foi memorável... eu quase estatelada... ops! segura-te Anabela Maria! eu de novo quase estatelada... e eu de novo quase quase completamente esparramada... e ops!... a professora rasteirada lá consegue reencontrar o seu equilíbrio perdido sem necessidade de lamber o chão que pisa, isto depois de alguns metros de aflições.
Foi obra! E acho que a tenho de agradecer ao Nuno Queirós e ao João Carvalho. Sem eles... ops!... não sei mesmo o que teria sido de mim...
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