segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A Palavra a Maria Eulália Macedo




A Palavra a Maria Eulália Macedo

Gente da Minha Terra
(Amália Rodrigues)

A Fanfarra de Gondomar
Toca a marchar,
Toca a marchar!
Novos e velhos,
Barretes vermelhos
E a bandeira a adejar
Na mão da rapariga,
Toca a marchar.
Velhos e garbosos,
Geração antiga,
O passo ritmado
Ao som do tambor,
Meu Povo amado
Toca a marchar!
E nada melhor
Para a gente pensar
Que nada é igual
E nada é maior
Que esta fanfarra de Gondomar,
Toca a marchar!

Maria Eulália Macedo
Amarante, 24 de Setembro de 2010

Nota - Foi com profunda emoção que recebi esta poesia, depositada em boa hora na minha caixa de correio electrónico. Muito obrigada, Senhor Coronel.
Com um simples clique abri a mensagem, que já aguardava, e desfrutei da escrita desta minha professora de excepção, professora marcante de Religião e Moral, no longínquo ano de 1974, no Ciclo Preparatório Teixeira de Pascoaes, em Amarante.
Hoje lecciono na Escola herdeira desta Outra, velha, sem condições físicas mínimas, mas que para sempre ficou na minha memória associada aos muitos professores de qualidade excepcional, a quem devo uma palavra de agradecimento sentido pelo exemplo de profissionalismo, dedicação, rigor e até de irreverência, irreverência intimamente ligada ao exemplo desta Mulher, única no seu género, porque autêntica, vertical, assumida, corajosa, solidária, emotiva, enfim, porque uma lufada de ar fresco de que ainda usufruo, de quando em vez, em tertúlias que retomaremos não tarda nada, porque já a sinto de novo no empedrado da calçada da nossa rua, de passo ainda firme e porte elegante, os cabelos brancos de neve, a cabeça erguida, abrindo-me os braços generosos num abraço sentido e sorridente, de quem é emoção à flor da pele, onde me aconchego escutando as suas palavras doces e carinhosas.
Que lhe dizer, para além da verdade?
"E eu gosto muito de si, Professora Minha!"

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