quinta-feira, 19 de maio de 2011

Dias Abaixo de Cão com Sorrisos



Dias Abaixo de Cão Com Sorrisos

Os meus dias têm sido, literalmente, de exaustão. As aulas dos meus oitavos e nonos decorrem dentro da normalidade e na próxima semana estarei a dar-lhes teste de avaliação, o que significa que algures vou ter de arranjar tempo para os fazer. O que não se adivinha fácil. O corpo docente da minha direcção de turma, CEF de Pastelaria/Panificação, leccionou todas as aulas, a todas as disciplinas, e ontem foi dia de Reunião de Avaliação, a primeira que se realizará neste terceiro período, porque a última só depois dos estágios concluídos, e só depois das PAF teórica e prática realizadas, o que nos atirará o final dos trabalhos, com esta turma, lá para finais da primeira quinzena de Julho. Daí estes meus dias também terem sido passados às voltas com pautas, actas, relatórios, PEIs, cadernetas de estágio, protocolos de estágio a celebrar com as empresas que nos disseram que sim, e nos aceitaram os alunos, convocatórias dos encarregados de educação para uma reunião que se realizará amanhã, autorizações disto e daquilo e o mais que a burrocracia manda.
calcorreei tudo o que tinha de calcorrear, obrigada pela ajuda, Aires!, e os estágios estão agora todos acertados para terem início na próxima segunda-feira, com os horários estapafúrdios das empresas do sector.
Gostaria de os acompanhar e apresentar a todos, um a um, nas respectivas empresas onde estes miúdos e miúdas complementarão a sua formação prática, agora em contexto de trabalho real, mas tal parece-me, de todo, impossível. É que uns entrarão às 4 horas, outros às 4:30, outros às 5, outros às 6, outros às 8 e outros até às 14 horas e a logística de tudo isto é super complicada porque as minhas outras aulas não param, e eu não me estou a ver, estourada como ando, a conseguir ir a todas as empresas e depois aguentar uma tarde de aulas seguidinhas até ao último tempo. Enfim, farei o possível, sendo que o meu possível é sempre o melhor possível nas circunstâncias vigentes.
Esta semana, a complicar-me a vida, frequentei ainda uma acção de formação sobre o Novo Acordo Ortográfico, muito útil para começar a ter uma ideia da escritura que todos teremos de adoptar, não tarda nada, e eu ainda não adoptei... porque me parece esquisito escrever adotei e outras coisas que tais.
E para complicar ainda mais a coisa, dei pelo meio uns saltitos ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso, que eu sou saltitante e hiperactiva, para ultimar umas combinações, que não de vestir, para a palestra que se realizará na próxima sexta-feira, na sala de História, no âmbito da pareceria que estabeleci entre o dito Museu e o Clube História em Movimento, do qual sou a grande impulsionadora e dinamizadora e que se subordinará ao tema "Vida e Obra de Amadeo".
A História Local não tem espaço no nosso programa, o ME quer lá saber do assunto e por esta via extra que podemos tentar dar algo mais aos miúdos,alargando-lhes os horizontes do conhecimento.

Salvam-nos os dias, a leitura de agradecimentos públicos sentidos, de uma aluna muito querida do meu CEF, que fez questão de reunir todos os seus professores actuais, e alguns que lhe povoaram os dias no passado, e a marcaram especialmente, e ainda alguns membros da Direcção, Directora da Escola incluída.

Salvam-nos os dias as folhas A4 com a sua fotografia ampliada, com que ela se quer assegurar para nós não a esqueceremos... tu bem sabes que isso seria impossível, minha querida!, com dedicatórias escritas à mão que rezam mais ou menos assim:
"Com muito amor e carinho a esta pessoa querida eu deixo um Beijinho"

Este é um daqueles casos com final feliz já que o amor é completamente correspondido. E esta é uma daquelas histórias em que nos enroscamos, até ao tutano, nestes dias abaixo de cão.

4 comentários:

Carlos Afonso disse...

E depois sito tudo ainda tens tempo para escrever 341 palavras com 3745 caracteres (com espaços. É obra!

Anabela Magalhães disse...

Ai Carlos Afonso, Carlos Afonso! Estou para aqui pior que o chapéu de um pobre! E agora que aqui cheguei, reli o texto que escrevi apressadamente e já lhe descobri uns gatitos... eheheh... que terão de ser compostos sob pena de me aproximar daquela senhora que nós conhecemos por Popota! :)
Mas antes, ao trabalho! Ainda tenho papelada para amanhã!
Sê bem retornado aqui a esta minha casa, meu querido!
Muuuuuuuuuaaahhhhhhhhhh!

Raul Martins disse...

Eu também retorno a esta tua/nossa casa. Título sugestivo. Mas o que importa são esses gestos que nos fazem sorrir e acreditar no que fazemos. E ainda bem que de quando em vez temos desses mimos. E a propósito, ficam palavras simples mas bonitas de Torga:

"Porque o amor é simples,
Vale a pena colhê-lo.
Nasce em qualquer degredo,
Cria-se em qualquer chão.
Anda, não tenhas medo!
Não deixes sem amor o coração!"
(Miguel Torga, Diário - Espinho, 25.11.1945)
...
Sorriso.abraço.beijo.aternuração.

Anabela Magalhães disse...

No final aconchegamo-nos nestes gestos espontâneos tão, mas tão!, significativos.
E também tu sê bem retornado a esta minha/nossa casa.
Beijocas grandes também para ti, Raul! :)

 
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