Reza o documento que traça o perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória que os alunos devem ser competentes em várias áreas, nomeadamente numa área intitulada Bem-estar, saúde e ambiente.
Passo a citar:
"As competências na área de Bem-estar, saúde e ambiente dizem respeito à promoção, criação e transformação da qualidade de vida do indivíduo e da sociedade.
As competências associadas ao Bem-estar, saúde e ambiente implicam que os alunos sejam capazes de:
- adotar comportamentos que promovem a saúde e o bem-estar, designadamente nos hábitos quotidianos, na alimentação, nos consumos, na prática de exercício físico, na sexualidade e nas suas relações com o ambiente e a sociedade;
- (...)
Ora, o nosso ME mantém um comportamento disfuncional quando espera que os professores no terreno e outros técnicos ligados à saúde, nomeadamente os nutricionistas, desempenhem um papel de relevo na educação alimentar dos mais novos, educação alimentar essa que deve ser promotora de saúde e de bem-estar e depois permite que os bares das escolas... e, ainda pior, as máquinas!... funcionem com ofertas completamente erradas do ponto de vista nutricional e é ver as natinhas a rirem-se para os miúdos... e graúdos, e os lanches, e os queques, e os chocolates e os sumos e o diabo a quatro porque depois as receitas dos bares são das poucas fontes de rendimento próprias das escolas e é preciso facturar.
A proibição do fornecimento, em espaço escolar, de alimentos comprovadamente nefastos para a saúde e o crescimento saudável das nossas crianças, já há muito devia ter entrado em vigor, imposta por um ministério que se diz ser da Educação. Porque, depois da família, é na escola que muitos hábitos se moldam consolidados pelos conhecimentos que a miudagem vai adquirindo.
Mas a miudagem o que vê? Vê que a nossa bota não condiz com a nossa perdigota. Vê que a professora ou o técnico de saúde estão a falar para um lado mas depois nas escolas pode ser tudo ao contrário que ninguém se chateia.
Bom... ninguém se chateia também não é bem assim! Muitos de nós, que se preocupam com estes assuntos, chateiam-se e não é pouco... enquanto esperam, sentados!, que o ME se digne olhar para este problema que é um problemão. E enquanto são ultrapassados, pela direita, pelo Ministério da Saúde... até quando?
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