Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
É certo que numa cidade como Amarante, que devia continuar a ser vila pela sua diminuta extensão, a interioridade paga-se cara e de múltiplas maneiras - serviços centrais a fechar ou muito diminuídos, falta de oportunidades profissionais, menor acesso a equipamentos culturais... - mas também é certo que esta mesma interioridade, que se abate sobre nós no dia-a-dia, mais pesada no Inverno do que no Verão, tem o seu quê de encanto traduzido em vidas tranquilas e sossegadas, aconchegadas até à medula pela presença dos outros, muitos dos quais conhecidos desde o nosso nascimento, outros entrados nas nossas vidas mais recentemente.
Já o disse anteriormente neste blogue, em variados posts que eu ando a escrever sobre esta minha preocupação desde que abri esta minha casa virtual - o último está aqui -, penso que a batidela no fundo, de Amarante e dos Amarantinos dentro dela, já aconteceu e já ficou lá atrás no tempo e que agora só nos resta esbracejarmos até ao limite do possível, não desistindo de honrar a herança dos nossos pais, avós, bisavós... e teríamos de recuar ainda mais no tempo para sermos inteiramente justos pois Amarante é terra de património único no país e no mundo, muito antigo e rico e, acima de tudo, muito belo.
O Centro Histórico de Amarante possibilita vantagens para quem o habita que eu já elenquei anteriormente aqui e não vou voltar a referir sob pena de me repetir e ser até enfadonha.
Hoje quero reflectir um pouco sobre o que já está a ser feito, assim ao acaso, para a renovação deste miolo onde habito e do qual não abro mão.
Aviso desde já que esta minha casa anda pela minha única trela, o que é bestial para quem tem a cabeça com neurónios irrequietos, o que é manifestamente o meu caso, e que nunca me sujeitei a pressões exteriores, sim já as tive!, e apenas escrevo sobre o que me dá na real gana nunca tendo recebido patrocínios seja de quem for. E assim vou continuar.
Posto isto vou pegar no exemplo do Prédio do Aires... salvo seja, claro está!... ardido em dia infeliz/feliz de Julho de 2011- que susto, que aflição aqui pelas ruas do centro, a minha incluída! - para dar conta do muito que por aqui se recupera e com alguma qualidade, penso eu de que.
O prédio é extenso e muito marcante por essa mesma extensão e ainda pela cor original, basicamente mantidas, um andar recuado foi bem acrescentado possibilitando varandas generosas a quem o for habitar, e, cereja no topo do bolo!, terá garagens de serventia e apoio às habitações, privilégio raríssimo no centro de uma cidade e que ajudarão à sua ocupação, presumo!, que terão entrada pela rua das traseiras do edifício, a conhecidíssima Rua da Cadeia, ali Miguel Bombarda na actualidade.
Desejo que as obras terminem rapidamente, e que esta cidade pequeníssima, que devia continuar a ser vila, que mania das grandezas!, se povoe de mais passos e corações a bater também por ela.
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