segunda-feira, 16 de setembro de 2024

A Palavra a Paulo Prudêncio - Colocar os Dedos nas Feridas


A Palavra a Paulo Prudêncio - Colocar os Dedos nas Feridas

Que nunca te doa a voz para denunciar, que nunca te doam os dedos para teclar denuncionando o absurdo a que chegamos com a conivência de tantos.

Brilhante! Que orgulho sinto por seres Professor! Um Professor nunca desiste, não tem medo e, se tem medo, compra um cão.

Ouça-o... e espante-se! Como foi isto possível com tanta denúncia que sistematicamente fizemos desde 2008?

E pedir contas a todos os aldrabões irresponsáveis e que são corresponsáveis pela situação a que hoje chegamos?

https://www.rtp.pt/play/p469/e794743/antena-aberta

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Mais do Mesmo - Professores, Polícias... Onde É que Eu Já Vi Isto?

Mais do Mesmo - Professores. Polícias...Onde É que Eu Já Vi Isto?

Por acaso a ver o directo que me chega via TV da Assembleia da República, lembrei-me desta longínqua cena passada em 2013 e que foi relatada neste blogue.

Muitos de nós, Professores que lutavam contra a vergonhosa PACC, de notar que eu já estava vinculada e nem tinha nada a ver directamente com o assunto, chegados de todas as partes do país, penamos e voltamos a penar com uma entrada mais do que lentíssima na Assembleia da República, Casa da Democracia, que foi notícia à época. 

Hoje, mais de dez anos passados, volta a ser notícia a demora da entrada mas desta vez de pessoas ligadas à segurança do país... o que é ainda mais preocupante. Mais preocupante também "ver" o silêncio das pessoas perante os microfones dos repórteres. Mais preocupante também a degradação de tudo o que se passa dentro do hemiciclo.

SEXTA-FEIRA, 6 DE DEZEMBRO DE 2013

Balanço de Uma Jornada de Luta

5 de Dezembro de 2013 - Assembleia da República - Lisboa
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
 
Balanço de Uma Jornada de Luta

A chegada à Assembleia fez-se cedo, já que o almoço foi passado em claro e em claro ficou todo o dia. Que se lixe! Temos todos os outros dias para almoçar!
No espaço exterior esperava-nos um fortíssimo contingente policial, talvez à espera dos perigosos extremistas que chegavam de todo o país, de Norte a Sul, parabéns aos que enfrentaram uma longa viagem com procedência de Bragança! Há gente que luta e volta a lutar, sem desistir, sem vacilar, sem baixar os braços e é no meio destes que eu quero andar. Abomino cada vez mais os moinas e os traidores, os apáticos e os alheados, os que não mexem uma palha por coisa nenhuma na defesa de uma ideia, de um princípio, de um valor.
A fila, feita por quem queria entrar na Assembleia para assistir à discussão parlamentar sobre a PACC e outros assuntos de Educação, foi-se enchendo e enchendo e enchendo até ser uma coisa monumental.
O boicote de que fomos alvo, ontem, na entrada da Assembleia da República foi verdadeiramente vergonhoso. Nós, que tivemos o "privilégio de entrar depois de nos sujeitarmos a um processo de fiscalização e controlo demoradíssimo, em que até tivemos de dar o nome do pai e da mãe para registo, tivemos o desprazer de observar as galerias quase vazias, as superiores inteiramente vazias, quando centenas de professores desesperavam cá fora para entrar na "Casa do Povo", na Casa Deles, portanto!, que parece agora tomada por gente arrogante que se movimenta como sendo dona da pocilga em que parecem apostados em transformar o país.
Nós, que tivemos o "privilégio" de entrar, tivemos o desprazer de assistir a uma discussão surreal: o pê esse dê, que votou contra esta mesma prova quando estava na oposição ao tempo em que os socratinos desgovernavam o país e pariram o aborto, agora defende-a com unhas e dentes, socorrendo-se da muleta fornecida pela vergonhosa FNE; quanto ao pê esse, que a engendrou e pariu, e o que está mal aqui é o miolo da coisa e não os seus adereços, agora "defende com unhas e dentes" os professores e está contra a prova agora implementada.
Confuso? Sim, para quem não souber que lidamos com gente pouco escrupulosa, que se comporta de acordo com as suas conveniências e os interesses do partido que ali representa não representando povo algum.

Vergonha, foi o que eu senti ontem, assistindo ao nível do debate e ao nível da argumentação ali esgrimida. E não esquecerei, pê esse, que este caminho de desrespeito e de afrontamento a toda uma classe docente começou convosco, sendo agora aprofundado pelos cratinos pê esse dê no poder.
Espero que os professores não tenham memória curta.
Eu não tenho, garanto-vos! A luta continua!

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Apoio Vindo Nem Sei de Onde - Saboroso, Importante, Significativo, Carinhoso... e Anónimo








Flores - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Apoio Vindo Nem Sei de Onde - Saboroso, Importante, Significativo, Carinhoso... e Anónimo

Chegou-me um dia destes a casa, em caixa grande em que no exterior apenas estava escrito "A felicidade floresce de dentro", causando-me estranheza já que eu, por norma, nunca recebo encomendas.
Até comentei "deve ser para a minha filha ou para o meu marido" mas não, insistiu o entregador, a encomenda era mesmo para esta senhora que sou eu.
O enigma instalou-se dentro desta anonimidade, a única de que gosto e que aceitei de bom grado.
Presumi que não seria nada de grave vindo da escola a que pertenço... e abri, corajosamente o comprido caixote, bonito por fora e ainda mais belo por dentro... puras e bran cas flores salpicadas com um verde de eucalipto, um cheiro celestial, uns recados para tratamento do belíssimo ramo e um cartão, escrito sem qualquer assinatura.

Toda a gente sabe que a minha vida profissional foi virada do avesso com a instauração de um processo disciplinar e eu, passado todo este tempo, continuo a pensar que se havia pessoa que o não merecia era eu, uma trabalhadora incansável da e para a Escola Pública, para os Meus Alunos em particular, partilhadora, sempre pronta a ajudar quem de mim precisasse... e tanta gente ajudei ao longo da minha vida... e ainda por cima não é que o processo disciplinar é-me instaurado no final de um ano de trabalho em que tinha regressado à escola após prolongada ausência, por luto, após o falecimento do meu pai que me abalou até ao tutano... e ainda não completamente digerido neste momento em que escrevo?
Foi na mouche, parece que escolhido a dedo.
Pois não sei de onde chegaram-me flores e um cartão que assim reza:

"Anabela,
que esta flores a possam animar nestes dias cinzentos que têm persistido em se arrastar, dando-lhe esperança e ânimo. Admiro-a e sei que este gesto pouca diferença fará, mas acredite que a sua determinação, frontalidade e coerência dão força a outras.
Abraço sincero e grato desta sua colega."

Pois Colega Minha, que eu desconheço, nem imaginas tu a diferença que faz e fará um gesto destes na vida de uma pessoa votada quase completamente ao ostracismo dentro de uma escola onde sempre deu o litro nunca olhando para o relógio e trabalhou até ao esgotamento fazendo a minha filha afirmar, frequentemente, "Nem sei porque não levas o colchão para a Escola!".
Agradeço-te do coração este gesto tão carinhoso, empático, sensível, solidário, cuidadoso, enfim, humano... e como eu gosto destes atributos!
Estando em fase de poder vomitar se me cruzar com determinadas pessoas, este gesto alimentará a minha alma por dias e dias a fio... e isso é tão bom...

Tempos houve em que eu me alimentava muito de Escola Pública. Agora, o que já foi alimento, transborda em mar de toxicidade.
Daí este consolo chegar em momento certo, em momento de muita descrença... ajudando-me a recentrar, espero, na beleza dos meus, na beleza que persiste no Mundo, na beleza interior de gente anónima e não só espalhada por esta superfície que acolhe, temporariamente os nossos passos.
Que eles possam ser firmes, honestos, solidários, contribuidores de um mundo melhor onde parece qu8e parte da humanidade já anda completamente perdida.

Obrigada do coração.

Anabela Magalhães

segunda-feira, 24 de junho de 2024

DN - "Mais de 46 Mil Professores Efetivos Querem Mudar de Escola"


DN "Mais de 46 Mil Professores Efetivos Querem Mudar de Escola"

O artigo saído no DN já tem uns dias mas só agora chamo a atenção para ele e para uma das suas passagens em particular assinando por baixo a opinião da Cristina Mota e não só. 

E angustiante é pouco!

"Cristina Mota, porta-voz do movimento Missão Escola Pública,   acredita que o modelo de gestão está por detrás desta realidade. “O ambiente nas escolas causado pela autocracia é angustiante”, afirma. Uma docente a lecionar numa zona de Braga, e que não quis identificar-se para não sofrer represálias, partilha a mesma visão. “Sou QE há 16 anos e concorri para sair. As direções das escolas estão muito incrustadas no posto. Na minha escola é a mesma pessoa há mais de 30 anos e o modelo de gestão é o mesmo há décadas. Foi isso que me motivou a tentar sair”, afirma. A docente acrescenta a retirada de poder de decisão aos professores. “Há 10 ou 12 anos os departamentos tinham voz. A nossa participação na escola agora é mais executar o que outros determinam e é muito desmotivante. Somos uns meros executores e guardadores de crianças. É preciso um abanão no sistema educativo. As pessoas andam a arrastar-se nas escolas. As escolas devem voltar ao seu papel de ensinar”, conclui."

Pode ler o artigo completo aqui.

Mais de 46 Mil Professores Efetivos Querem Mudar de Escola

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Pesadelos com... Escola

Tampa de saneamento romano - Jerash - Jordânia
Fotografia de Anabela Magalhães

Pesadelos com... Escola

Já contei aqui alguns dos pesadelos que vou tendo amiúde em noites em que, invariavelmente, acordo a pensar " Mas que merda é esta que se abateu sobre mim quando eu dei tudo o que pude aos Meus Alunos e à minha escola que já teve vários nomes a agora se chama Teixeira de Pascoaes?!!! 

Ai, Dr. Joaquim... se viesse aqui à terra e soubesse o que se passa através de mim, ou mesmo através do meu pai, do meu avô ou até do meu bisavô que o Dr. Joaquim tão bem conheceu... nem sei o que faria!!!!!

Pois este meu pesadelo começa estou eu a solicitar as actas do Conselho Geral e do Conselho Pedagógico, por escrito. já que nos dias que correm continua a existir a palavra dita oralmente, que para mim é sagrada, mas que, frequentemente, é mentirosa em muitas "bocas de gente" que eu conheço e, para além do mais, eu gosto que fique tudo escritinho... e eis que entro em sono agitado, suado, desesperado mesmo, o tempo a passar e eu já velhinha a exigir a porra das cópias do Conselho Geral e do Conselho Pedagógico, que é um direito que me assiste, por lei deste país... e nada! 

E eu a ficar mais velhinha, encarquilhadinha, desdentadinha... e nada!

E pumbas! Acordei!

Nota - Penso que já toda a gente devia ter saneamento básico nas suas ruas e nas suas casas. Os romanos já o tinham e cumpria a sua função: por aqui era canalizada a merda saída das casas, dos estabelecimentos, enfim, do que fosse. Poupava-se assim a cidade a um cheiro nauseabundo!

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Professores - Negociações


Professores - Negociações

Começaram hoje. E a ver vamos se toda uma página de ludibrianço, ilegalidades muitas, falsidades sem fim e intoxicação da opinião pública se alterou.

Os sinais, para já, são extremamente preocupantes.


terça-feira, 23 de abril de 2024

Os Perseguidos


Os Perseguidos

A História não se apaga, conta-se! E a verdade é que alguns de nós... quantos?... continuam a ser desrespeitados nos seus locais de trabalho e vítimas de processos disciplinares que mais parecem do tempo da antiga senhora.

Haja quem não se esquece de nós.

Obrigada!

Citação - O seu a seu dono:

"Assim se constrói Portugal, uns vão bem outros mal…

A democracia nas escolas tornou-se irrelevante. Os que mais se destacaram na valorização da classe são perseguidos." 

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Alunos/Alunas

 

Eu e a Rosa - Amarante
Fotografia de Anabela Magalhães

Alunos/Alunas

Confesso que não contava com Ela vinda dos confins de um tempo de Escola que já lá vai e que é contemporâneo de uma Escola que organizou uma Feira Medieval do caraças a ocupar todo o centro da cidade.

"Foste Minha Aluna! Da turma do R que te protegia! Só não me estou a recordar do teu nome... e ela jardins, flores... ai meus deuses, és a Rosa!!!"

E era! Nunca mais a tinha visto. E foi um momento de enorme felicidade para as duas!!! E falámos do R... e de outros e outras... de tempos de Escola escrita com maiúscula, mais humana, mais empática, mais respeitosa, mais acolhedora e amistosa... 

Entretanto cheguei a casa e tinha este carinho na caixa de correio, que, com a licença da Rosa, agora publico agradecendo-lho do fundo do coração:

"Foi minha stora, sempre com muita atenção para com as alunas com necessidades educativas especiais. A minha gratidão."

Eu é que vos agradeço, Rosa, por terem enriquecido enormemente a minha vida!

A Escola Trituradora de Professores - Pesadelos


A Escola Trituradora de Professores - Pesadelos


Confesso que, durante décadas, se sonhei ou tive pesadelos nunca me lembrei destes ao acordar de cabeça sempre limpa e sempre criativa como o raio que me parta.

Agora que estou em nova fase de vida, mais velha, e com um ignóbil processo disciplinar às costas, confesso que tenho tido uns pesadelos deveras estranhos.

Aqui vai um:

Começou no final de uma reunião de avaliação de conselho de turma mesmo no final do ano lectivo anterior. Andava eu de notificação de processo disciplinar dependurado neste meu pescoço, a acreditar nas palavras escritas do senhor inspector do ME, pescoço este de gazela, diga-se de passagem, e depois de me terem visto assim nesta figureta no talho... qual talho?!!!!!... tipo de casa comercial onde eu não entro há vinte mil anos pelo menos!!! e eis que, antes de sair, finda a dita reunião, resolvi interpelar o presidente do conselho geral que estava ali mesmo à mão de semear para lhe perguntar se por acaso não tinha alguma coisa para me dizer sobre o facto de uma profissional da minha estirpe estar a ser vítima de um processo disciplinar.

O senhor presidente baixou os olhos... incapaz de olhaar cara a cara a minha cara?... fez-se um prolongado silêncio... levanta lentamente a cabeça e diz-me "Sabes? Todos nós estávamos convencidos que a ameaça não se iria concretizar... mas a cena foi em público... " 

Foi aqui que acordei agoniada... sem tempo até de lhe retorquir "Ah! Ok! Muito bem... então eu estou com um processo disciplinar já que a senhora directora perdeu as estribeiras em público no preciso momento em que me ameaçou alto e bom som, leia-se berrou... "

Confesso que acordei em grande agitação sem saber muito bem se isto tinha sido real ou imaginário... se o candeeiro de tecto do meu quarto seria uma nave espacial e se eu corria o risco de ser raptada para um planeta distante por não ter mesmo lugar neste...

 Ai cum catano! 

A Palavra a Cristina Mota - Missão Escola Pública

 


A Palavra a Cristina Mota - Missão Escola Pública

Grata por todo o empenho e desgaste.

Subscrevo tudo.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

A Palavra à Missão Escola Pública - Cristina Mota


A Palavra à Missão Escola Pública - Cristina Mota

Orgulho é o que eu sinto pelo vosso incansável trabalho!

Obrigada!

Gratidão - Alunos - "Só quero ver o jardim todo a florir."

Eu - Homenagem ao Mestre Costa Carvalho
Fotografia de Aluno Meu

Gratidão - Alunos - "Só quero ver o jardim todo a florir."

A todos os meus alunos, que o foram há poucos ou muitos anos, mas tantos anos que já tive o gosto e o prazer de ter os seus filhos nas minhas salas de aula, Alunos a quem sempre chamei os Meus Alunos Netos, agradeço um percurso de Escola que foi, segundo o meu prisma e sem falsas modéstias, tão gratificante e trabalhoso quanto eu consegui, a cada momento desta minha vida em grande parte dedicada de alma e coração aos Meus Alunos e à Escola Pública, que eu imaginei sempre escrita com letra maiúscula, povoada de Gente com letra maiúscula.

A escola hoje não é isto. Tornou-se um lugar de tirania mais ou menos disfarçada de democracia, um lugar tóxico, povoada de muitas situações impróprias para consumo, pelo menos para mim que jamais transporei as linhas vermelhas que para mim tracei ao longo de uma vida que já se dirige, a passos largos, para os setenta anos de idade. 

Esta fotografia chegou-me hoje, tirada por um Aluno Meu de há muitos anos atrás, que me reporta a uma Escola Humanista e Democrática, em tempos de Magalhães.

Não aguento a escola de hoje, escrita com letra muito minúscula, onde me querem obrigar a ficar diluída, violentada, humilhada, condenada, suspensa, amesquinhada, sem respostas... coisa que nem a um cão se faz, quanto mais a uma Professora que deu sempre tudo o que tinha para dar, dentro e fora das salas de aula, ao ponto de escutar a minha filha adolescente "Mãe, leva o colchão para a escola!"

Em dias de chumbo, como os que agora vivo, com um processo disciplinar às costas, uma condenação suspensa por 22 meses... seria o tempo da anterior legislatura?... e um recurso para o senhor ministro da Educação que, por agora, felizmente mudou, mas que ainda não obteve resposta, com uma queixa pendente sobre mim para o Ministério Público por parte da inspecção e com a concordância da senhora directora do Agrupamento Teixeira de Pascoaes... ai dr. Joaquim!!!... o que mais me passa pela cabeça é abandonar uma profissão que já foi a Minha Profissão mas que já não o é mais. Não assim.

E em dias de chumbo, como os que agora vivo eis que me chega esta fotografia, tirada por um Aluno Meu acompanhada por uma frase muito importante para mim:

"Só quero ver o jardim todo a florir."

Grata, Aluno meu! Grata Alunos Meus! Estarei sempre aqui para ti, para vós, enquanto os meus pés pisarem estas calçadas que calcorreio desde criança, até com os meus pés descalços.

domingo, 24 de março de 2024

Projecto Ver Para Querer


Projecto Ver Para Querer

Hoje recordo-o e, recordando-o, rapidamente espatifado, até me dá vontade de chorar por ter gasto tantas mas tantas horas, que jamais me serão pagas, em trabalho até altas horas da madrugada, que hoje vejo, ao olhar para trás, quase completamente inglório.

Vá lá que permaneceu até aos dias de hoje um espaço incomplaravelmente mais bonito e aprazível para a miudagem deste meu concelho. Quanto ao resto... escafedeu-se tudo pelo caminho...

Obrigada, Senhora Professora Doutora Alexandra Bento pelo acolhimento da ideia! Obrigada também à Professora Elisabete Silva por todo o apoio prestado sem o qual também nada disto seria possível.

Que sonho lindo...

De resto... mas quem te manda a ti, Anabela Maria, teres da Educação uma visão tão abrangente e holística que te leva a meter pés a caminho e mãos também, já agora, e a meter foice em ceara alheia?

Mas não te chegava a História?!!!!!

Para quem quiser saber mais é favor clicar aqui.

Nota - Irmão, ainda não fui despedida da função pública.

segunda-feira, 18 de março de 2024

Obrigada, Missão Escola Pública!


Obrigada, Missão Escola Pública!

Obrigada, Cristina Mota, por dares a cara por tantos de nós!

sexta-feira, 15 de março de 2024

Pelo Público Há Cerca de Um Ano





Pelo Público Há Cerca de Um Ano

Pelo Público - A Luta dos Profs

Para ler o artigo na íntegra clique aqui.

Entretanto o meu processo disciplinar prossegue. Com o mediatismo que eu lhe quiser dar, certo? Acho que ainda estamos num país livre... acho...

Entretanto seria bom que quem nunca mexeu uma palhinha, nem nunca concordou com as (minhas) formas de luta do ano passado e até com o meu "mediatismo" que já vem de trás... ah ah ah... deixa-me rir!!!!... na hora de começar a receber o tempo de serviço roubado pela tutela... pelo menos me pedisse desculpa. 

E, se fosse em público, confesso, seria o ideal... mas a verdade é que eu já ficava contente com um privadíssimo mea culpa.

É bom que saibam e tenham consciência que o que fazem, o que escrevem, o que testemunham, o que asseguram, o que mexericam tem consequências sobre esta profissional que pratica isto:

"Se não podes com eles, afasta-te deles".


segunda-feira, 11 de março de 2024

A Escola Trituradora de Professores - Pesadelos

 


A Escola Trituradora de Professores - Pesadelos

Confesso que, durante décadas, se sonhei ou tive pesadelos nunca me lembrei destes ao acordar de cabeça sempre limpa e sempre criativa como o raio que me parta.

Agora que estou em nova fase de vida, mais velha, e com um ignóbil processo disciplinar às costas, confesso que tenho tido uns pesadelos deveras estranhos.

Aqui vai um:

Começou com um encontro entre mim, a senhora directora do meu agrupamentos e a senhora vice-directora dentro do gabinete da direcção... conversa daqui, conversa dali sobre as obras que o município andava a fazer substituindo as anteriores e malfadadas caixilharias de vidros simples e finíssimos e eis que a senhora directora do agrupamento, ao qual ainda pertenço, mostrava-se indignada com a merda da obra que o município dava por acabada e ela não aceitava. É que, pelos vistos, tinham mudado tudo excepto as coberturas dos jardins das salas de aula, em vidro, por vezes todo escaqueirado... enfim, de facto, uma obra que estava uma valente merda!

- Ora anda cá ver! - Atirou-me ela. ela senhora directora.

E lá fui eu, mais a senhora directora, mais a senhora vice-directora em passeio organizado e temático pela escola fora feita de múltiplos pavilhões acabados de ser intervencionados.

E o que queria a senhora directora de mim? 

Pois que eu fotografasse as maleitas deixadas para trás por ordem do município e as denunciasse no meu blogue... que o meu blogue era muito lido pelo pessoal autárquico... ou seja, a senhora directora "encomendava-me" uma postagem contra o município já que ela tinha que se dar de bem com deus e com o diabo, sendo que deus era o ps central e o diabo a coligação local que ainda hoje agrega psd/cds... e eu a zeca que lhe devia obediência e, quiçá, culto!

Foi aqui que acordei em grande agitação sem saber muito bem se isto tinha sido real ou imaginário... se o candeeiro de tecto do meu quarto seria uma nave espacial e se eu corria o risco de ser raptada para um planeta distante por não ter mesmo lugar neste...

 Ai cum catano! 

terça-feira, 5 de março de 2024

Apoios de Longe


Apoios de Longe 

Não me posso queixar de todo o apoio recebido, vindo de longe, ao longo deste angustiante processo disciplinar kafkiano de que tenho sido vítima. 

As missivas de teor semelhante a este que hoje me entrou no chat do facebook e que aproveito para divulgar com a respectiva autorização, vão muito no sentido de eu ser uma inspiração na luta dos professores, de eu ser uma inspiração para a luta dos professores ao longo destas já decadas de dar o corpo ao manifesto por um amanhã melhor. Afinal, não é por acaso que eu estudei na Escola Pública, que a minha filha estudou na Escola Pública e que os meus netos estudam na Escola Pública... não sabendo eu até quando face à deterioração das condições que vejo e observo a agravarem-se a cada dia que passa.

As missivas chegam-me de Norte a Sul do país, passando também pelo centro, vindas de gente que conheço pessoalmente e mesmo de gente que desconheço por completo.

Do interior da ainda minha escola o que mais recebo é um silêncio constrangedor e confrangedor, salvo raras excepções por quem eu sinto um enorme apreço e amizade nesta hora de difícil processamento da minha situação de condenada que nunca baixará os braços, nunca imobilizará as pernas e nunca calará a sua voz, falada e muito menos escrita.

Estarei sempre grata do coração por este apoio que rebenta completamente com um possível sentimento de desamparo e de solidão a que pudesse sucumbir.

Estou aqui. Ainda estou aqui. Apesar de tudo.

"Cara Anabela, 

peço desculpa pela ousadia, mas não posso deixar de lhe dirigir algumas palavras de conforto. 

Não desista! 

Também não estou a atravessar uma boa fase na minha escola, mas não podemos baixar os braços. Se nos tentam calar é porque fazemos alguma diferença.

Tenho muita admiração por si, e acredito que muitos colegas sintam o mesmo. 

Da minha parte, é a Anabela que me faz continuar a falar, a enfrentar e não desistir das minhas convicções e valores.

 É uma inspiração nesta luta, por vezes desigual. 

Não está sozinha. 

Força, colega!"

sábado, 2 de março de 2024

Luta dos Professores

Recorte retirado da Caixa de Comentários do Blogue do Guinote

Luta dos Professores

Agradecendo desde já todo o apoio, carinho e consideração por mim demonstrados, informo que é para mim uma honra ver o meu nome no meio deste lote onde, sinceramente, penso que não deveria estar. Informo ainda que estou out, por agora, da luta dos professores... que não acabou e que continuará, por certo, sem esta zeca que não lhe fará falta alguma.

Mas a luta continua, sim? 

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Arrumar as Ites, Arrumar o Lixo


Arrumar as Ites, Arrumar o Lixo

Às voltas com uma monumental sinusite que me trouxe a injectáveis diários de um antibiótico super potente, depois do uso de um outro antibiótico e de cortisona q.b. que me encheram o papinho, eis que aproveito agora os dias, entre tardes deitada no sofá, de forma lenta e deveras consciente, para arrumar muito do entulho que povoava o meu telemóvel.

Comecei por mandar para o galheiro montanhas de contactos telefónicos relacionados com a minha vida profissional e que eram de gente entulho que me conspurcava o telelé, as mãos e a mente de cada vez que tinha de percorrer a lista telefónica para aceder a algum contacto de facto pertinente, de gente que esteve sempre presente na minha vida e que, mal soube que a coisa estava mal parada com o processo disciplinar de que fui e continuo a ser alvo, se manteve firma e hirta como barra de ferro... ao meu lado, mesmo que seja para me apontarem erros, segundo as suas cabeças porque a cada cabeça sua sentença, certo?

Confesso que algum, pouco, do entulho que agora enviei para o lixo me custou especialmente... inocentemente, confesso, houve gente que me enganou até ao último momento.

Agora, desejo a todo este entulho, que seja feliz... que seja muito feliz, mas muito longe de mim!

Sim?

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Medo - "Rodízio de Veneno" - Vai-se Além!


Medo - "Rodízio de Veneno" - Vai-se Além!

Ora ponham a música no máximo e cantem comigo um novo e pior tempo que aqui chegou.

domingo, 21 de janeiro de 2024

Há Quem Lhes Chame Cata-Ventos...

Também Neva em Amarante
Fotografia de Artur Matias de Magalhães

Há Quem Lhes Chame Cata-Ventos...

... ou troca tintas... ou o mais que for possível chamar a esta estirpe de "pessoas" que é capaz de renegar a sua própria sombra.

Não confiáveis, bom será que as pessoas minimamente escaldadas por esta estirpe de gente só comuniquem com eles à distância ou, melhor ainda, na presença de um advogado.

Se se apanham em cargos onde podem exercer algum poder, incham tanto tanto que mais parecem balões voadores... e que bom seria se voassem para bem longe daqui, subindo cada vez mais alto, mais alto e ainda mais alto, quiçá rebentando em pleno espaço sideral de tanto inchaço.

Escondem, por vezes, uma incompetência confrangedora a coberto do/no desmando da boiada que lhes respalda as fraquezas e inseguranças, contribuindo, assim, para o estado a que isto chegou.

Se é triste? 

É! Por amor da santa... se é!!!! 

E eu, qual mulher das neves, abomino estes cata-ventos troca tintas capazes de negar o que acabaram de afirmar, capazes de afirmar o contrário do que acabaram de afirmar, capazes de negar até as suas próprias sombras.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Missão Escola Pública


Missão Escola Pública

Fazem um trabalho notável a dissecar as baboseiras que muitos "especialistas" em matéria de educação arrotam por aí.

Aqui vos deixo mais um vídeo, com os meus agradecimentos a todos quantos ainda não desistiram de lutar por uma Escola Pública escrita com maiúsculas.

domingo, 7 de janeiro de 2024

Sim, Almada Negreiros, Fazes Falta!

 


Sim, Almada Negreiros, Fazes Falta!

QUARTA-FEIRA, 30 DE MAIO DE 2007

Almada Negreiros e o Manifesto da Exposição de Amadeo de Souza-Cardoso

Almada Negreiros e o Manifesto da Exposição de Amadeo de Souza-Cardoso

Tive contacto com este manifesto de Almada Negreiros aquando da realização do 1º Curso Livre de História da Arte, realizado na Biblioteca Municipal de Amarante e bem orientado pelo Professor Doutor António Cardoso.
Só posso dizer que este manifesto é, certamente, um dos textos mais escorreitos e belos escrito em português. E premonitório. Ainda por cima, a propósito do meu ilustre conterrâneo Amadeo de Souza-Cardoso.
Mas as pessoas não sabem escutar com ouvidos de ouvir, não sabem ver com olhos de ver, estão sempre muito ocupadas com outros afazeres, distraídas na tralha que nos rodeia, e que não é o que realmente importa. Daí advém a frustração de um país inteiro que, arre, não aprende!
Ah, como eu gosto de gente que não se refugia nos enredos do português e que chama os bois pelos nomes!

Passo a citar:

"Em Portugal existe uma única opinião sobre Arte e abrange uma tão colossal maioria que receio que ela impere por esmagamento. Essa opinião é a do Ex.mo Sr. Dr. José de Figueiredo (gago do governo).
Não é porque este senhor tenha opinião nem que este senhor seja da igualha do resto de Portugal mas o resto de Portugal e este senhor em matéria de opinião são da mesma igualha. Um dia um senhor grisalho disse-me em meia hora os seus conhecimentos sobre Arte. Quando acabou a meia hora descobri que os conhecimentos do senhor grisalho sobre Arte eram os mesmos que o Ex.mo Sr. Dr. José de Figueiredo usava para me pedir um tostão (1). Pensa o leitor que faço a anedota? Antes fosse: mas a verdade é que estou muito triste com esta fúria de incompetência com que Portugal participa na Guerra Europeia. E que horror, caros compatriotas, deduzir experimentalmente que de todas as nossas Conquistas e Descobertas apenas tenha sobrevivido a Imbecilidade. E daqui a indiferença espartilhada da família portuguesa a convalescer à beira-mar.
Algumas das raras energias mal comportadas que ainda assomam à tona d`água pertencem alucinadamente a séculos que já não existem e quando Um Português, genialmente do século XX, desce da Europa, condoído da pátria entrevada, para lhe dar o Parto da sua Inteligência, a indiferença espartilhada da família portuguesa ainda não deslaça as mãos de cima da barriga. Pois, senhores, a Exposição de Amadeo de Souza-Cardoso na Liga Naval de Lisboa é o documento da Raça Portuguesa no século XX.
A Raça Portuguesa não precisa de reabilitar-se, como pretendem pensar os tradicionalistas desprevenidos; precisa é de nascer p século em que vive a Terra. A Descoberta do Caminho prà Índia já não nos pertence porque não participamos deste feito fisicamente e mais do que a Portugal este feito pertence ao século XV.
Nós, os futuristas, não sabemos história só conhecemos da Vida que passa por Nós. Eles têm a Cultura. Nós temos a experiência - e não trocamos!
Mais do que isto ainda Amadeo de Souza-Cardoso pertence à Guarda Avançada na maior da lutas que é o Pensamento Universal.
Amadeo de Souza-Cardoso é a primeira descoberta de Portugal na Europa do século XX.
O limite da descoberta é infinito porque o sentido da Descoberta muda de substância e cresce em interesse - por isso que a Descoberta do Caminho Marítimo prà Índia é menos importante que a Exposição de Amadeo de Souza-Cardoso na Liga Naval de Lisboa.
Felizmente para ti, leitor, eu não sou crítico, razão porque te não chateio com elucidações da Arte de que estás tão longinquamente desprevenido; mas amanhã, quando souberes que o valor de Amadeo de Souza-Cardoso é o que te digo aqui, terás remorsos de o não teres sabido ontem. Portanto, começa já hoje, vai à Exposição na Liga Naval de Lisboa, tapa os ouvidos, deixa correr os olhos e diz lá que a Vida não é assim?
Não esperes, porém, que os quadros venham ter contigo, não! eles têm um prego atrás a prendê-los. Tu é que irás ter com eles. Isto leva 30 dias, dois meses, um ano mas, se tem prazo, vale a pena seres persistente porque depois saberás onde está a Felicidade.

Lisboa, 12 de Dezembro de 1916
José de Almada Negreiros
Poeta futurista
(1) Rectifico: O Ex.mo Sr. dr. José de Figueiredo veio substituir no original um Em.mo senhor que tem por hábito pedir-me tostões.

Memórias - A Palavra a Helder Barros


Diversidade - Mauritânia
Fotografia de Artur Matias de Magalhães 

Memórias - A Palavra a Helder Barros

DOMINGO, 9 DE OUTUBRO DE 2011

Depoimento - A Palavra a Helder Barros

Hoje releio estes textos e mudando uma coisa aqui e outra ali não posso deixar de reparar que a coisa/música é vira o disco e toca a mesma.

Hoje já deixei de me arreliar com a m#&$@ da ADD... mas continuo com as minhas arreliações agora mais bravas que nunca!

Aí vai!

Crónica de um testemunho solidário:

Anda a Minha Colega e Amiga, Professora Anabela Magalhães, bastante arreliada com a avaliação de desempenho docente... e tem motivos para isso!
Pois, mas eu sei e testemunho, que foi desde o inicio contra este modelo mal parido, lançado pelo desgoverno de Sócrates, e que pelos vistos, vai ser seguido pelo governo atual, numa prova inequívoca de que os políticos portugueses, não honram a sua palavra, o que além de um péssimo exemplo para os cidadãos, deveria ser penalizado criminalmente... mas adiante!
Poucos lutaram como ela, pela criação de um modelo que não fosse este monstro burocrático, sem quotas para a excelência e fonte das diatribes dos pequenos ditadores, e fieis seguidores, em que se transformaram muitos dos dirigentes das nossas escolas... dizia o meu falecido Pai que, se quisermos conhecer um Português, é dar-lhe um cargo de poder, por mais insignificante que este seja, e observar se o indivíduo não se transforma num pavão armado, que só sabe desmandar... e de que um dos maiores defeitos de Portugal, vem desta característica nefasta dos Portugueses!
Mas a Anabela lutou sempre de forma frontal e honesta, nunca compactuou com jogos de bastidores e pagou por isso... ainda te lembras daquele artigo 102! Só que em Portugal, quem é frontal paga, apreciam-se muito é os lambe botas... lembras-te do outro que dizia quem se meter com o ... paga! Era um alto dirigente político, grande exemplo de cidadania trauliteira e rasca!
Conheço o profissionalismo da Anabela e sei como isso incomodava alguns dos seus pares... alcunhas, como "Miss PowerPoint", "Professora Portátil"... até tinham piada, para quem as dizia por bem; mas para muitos, era só inveja, má formação e má fé!
Acompanhei a evolução meteórica da Anabela na sua incursão pelas novas tecnologias, desde aquela formação com o Valente... claro que te lembras!
Segui o seu blogue desde o inicio, com um Português objectivo, mas de grande nível, com uma objectividade e pertinência de temas, que levou a que entrasse de forma arrebatadora pela blogosfera; em blogues ligados à Educação e à História, sendo inúmeras vezes referenciada a nível nacional... Nacional!!!
Conhecia o seu trabalho de construção de Muros na Barca e conheço o seu trabalho de formiguinha proficiente, na construção de recursos educacionais próprios...
Mas, ainda por cima, esta colega gosta de partilhar tudo, mostra todos os seus recursos e até apareciam uns ressabiados a criticar essa sua forma de ser, de forma nojenta... estes tais que só criticam e nada constroem e partilham...
Sabia também que quando fosses avaliada, sim porque ela não tem medo da avaliação, a questão nunca foi essa; ias estar entre os melhores... conheço o seu desempenho em sala de aula, trabalho fora das aulas (muitas horas), conheço muitos alunos que passaram pelas tuas aulas e a forma como falam da Professora Anabela Magalhães, sim porque ela, apesar de nunca recusar turmas difíceis, por exemplo, turmas CEF, dos quais alguns colegas fogem como o Diabo da Cruz, consegue uma coisa que muitos não conseguem: ser implacável com a prossecução do seu objectivo de ensinar, mas mantendo uma ótima relação pedagógica com os seus alunos e um grande envolvimento com os professores da turma e encarregados de educação (o tal trabalho conjunto e transversal)... parece fácil, mas é muito esgotante!
Conheço o seu portefólio digital e as críticas mesquinhas que lhe faziam... os que não se quiseram atualizar, os que gostam de dar aulas lendo o book... interpretar um livro feito por outros, é muito mais cómodo do que construir recursos próprios... dá muito trabalho, não é Anabela!
E de facto, quem te conhecer deveria saber que não irias engolir esta farsa das quotas... lembras-te quando diziam que esta ADD era um novo paradigma educativo... mas depois reparte-se o bolo, para todos levarem o mesmo quinhão, mandando para as malvas todo o trabalho que foi realizado de forma séria e profissional, igualando tudo... não isso eu sei que tu não ias aguentar... a tua primeira reação conheço: risada!
Muito mais poderia dizer sobre o teu trabalho, mas a escrita não é o meu ponto forte... é meu dever de consciência e da minha honestidade intelectual, solidarizar-me contigo, contra esta vil farsa! Quem despoletou o foguetório, vai ter muitas canas para apanhar... é que em Portugal há muito pouca gente com a tua integridade pessoal e profissional e não estranhes, que eles achem o teu comportamento estranho, se é que me fiz entender... usa-se mais o chico espertismo e por isso estamos, como estamos... como a Grécia.

Helder Barros

Obrigada pelas tuas palavras solidárias, Helder.
Tu acompanhaste a minha luta contra este modelo de avaliação de perto. Sabes bem que eu não concordo com ele. Mas não lhe tenho medo nem tenho medo das pessoas medíocres que, por vezes, o implementam no terreno, distorcendo-o, alterando-o, criando regras ilegais, furando e violando grosseiramente a Lei. Obrigada por esta mesma lei a ter aulas assistidas lá fui eu, sem problemas, para as aulas assistidas, avaliada com excelente nas duas aulas que leccionei aos meus CEF, os tais de quem muitos fogem como o diabo da cruz. Não, não fiz show, não pedi a ninguém para me preparar o show, a apresentação em PowerPoint que usei numa das aulas já está feita por mim e, pecado!, publicada  na internet há muitos anos, na minha página de recursos que estou a elaborar para os CEF e que estaria bem mais adiantada não fora fazerem-me perder tempo com burrices para as quais, sinceramente, estou cada vez mais sem paciência.
Procuro cumprir a Lei, apesar de, neste caso, nem concordar com ela. E não admito que a violem grosseiramente no que a mim me diz respeito.
Tenho um percurso profissional que não pode ser apagado, tenho uma dignidade que jamais deixarei abastardar enquanto me mantiver consciente de mim. Jamais. E isso dá-me muita serenidade no meio de um panorama verdadeiramente surreal e indigno.
Sei que provoco invejas e dores muitas de cotovelo e essas são algumas das medalhas que orgulhosamente carrego ao peito. Sei também que estou rodeada de gente com muita qualidade, que genuinamente me aprecia e aprecia o meu trabalho e que me ajuda a progredir, incentivando-me, dando-me uma palavra de alento na hora certa. Não é fácil trabalhar em Portugal. Não é fácil dar o litro por Portugal.
Posto isto continuo em luta contra o monstro criado por Maria de Lurdes Rodrigues e ainda vivo. Agora por dentro, revolvendo as suas tripas até ao tutano onde, de qualquer modo, já rebolo em gargalhadas sonoras e genuínas... mas que palhaçada de país! Mas que palhaços! 

Ah! E a história, ainda não contada, não tem nada a ver com as quotas definidas pelo Ministério da Educação. Nem tem sequer a ver com o ME, agora MEC. Tem a ver com indignidade, só isso. E com gente que quer ser mais papista que o papa e que consegue piorar o que já é de si tão mau que nos parecia ser impossível pior.
Pois pior é possível. Asseguro-te, Helder.
 
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