Presente Envenenado - Cúmulo da Hipocrisia
A ministra anunciou ontem as novidades, embrulhadas em papel colorido, adequado ao Dia Mundial da Criança. Mas os rebuçados envenenados, que se escondem em forma de presente oferecido num dia tão especial para as nossas crianças, são, para mim, o cúmulo da hipocrisia de uma tutela que já perdeu o meu respeito há muito.
O que interessa são os números e as pessoas por detrás deles que se lixem! Que se lixe tudo! De preferência os mais fracos.
E, de fecho em fecho, em breve teremos o interior completamente liquidado, às moscas, para inglês ver. De facto é mais económico. Já pensaram em exterminar-nos a todos?
Os números são assustadores. Há concelhos que passarão a ter apenas uma escola básica de 1º ciclo. Mas o que é isto?
Regredimos, pois. E atenção! Fala uma adepta do fecho de escolas com um, dois... poucos alunos, mas que abomina estas decisões cegas, tomadas lá na 5 de Outubro, num gabinete xpto e ar condicionado, como convém num dia em que por aqui, agorinha mesmo, o meu carro marcava 39º.
Com que então fecham todas as escolas com menos de 21 alunos? Assim mesmo? Cegamente?
E no Pec 3 ou 4 avançaremos para o fecho das que têm menos de 30 alunos? É que ainda se pode ir buscar mais uns cobres que sempre dão para mais uns assessores, secretárias, carros especiais com motoristas, ajudas de custo astronómicas, viagens de avião em 1ª classe e outras obscenidades que tais.
Sirvam-se pois! O país continua a saque.
Quando é a próxima qualquer coisa onde se demonstre o asco por esta governação?
Educação
Há concelhos que ficam só com uma escola básica
por Rosa Ramos, Publicado em 02 de Junho de 2010
Isabel Alçada anuncia fecho de escolas com menos de 21 alunos. Serão 400 no imediato
Apesar de a ministra só ontem ter anunciado o fecho de 900 escolas do ensino básico, as cartas das Direcções Regionais de Educação com a listagem dos encerramentos começaram a chegar às autarquias já na semana passada. E Álvaro Amaro, o presidente da Câmara de Gouveia, já deixou um aviso ao governo: no seu concelho, só fecham escolas "por cima" do seu "cadáver". Em Pinhel, António Ruas avisa que os eventuais encerramentos vão exigir investimento em transportes. "E não temos dinheiro. Por isso as crianças terão de ficar em casa." A confirmar-se o fecho das escolas com menos de 21 alunos, concelhos como o de Aguiar da Beira ficarão reduzidos a apenas uma escola do primeiro ciclo. O presidente da Associação Nacional de Municípios, Fernando Ruas, admite que há "casos complicados" e recorda que fez três exigências ao governo - as futuras escolas têm de ter melhores condições, encerramentos só com a concordância de cada município e terá de estar assegurada a rede de transportes. "Vamos esperar que o acordo seja respeitado", avisa.Apesar das reservas dos autarcas, a medida - anunciada no Dia da Criança - vai permitir, garante a ministra, melhorar as condições dos alunos. "A intenção é que todas as crianças beneficiem de escolas com todos os requisitos que a educação do século XXI exige." Quais? "Refeitórios, salas para o ensino do Inglês e da Música, salas de informática, biblioteca, espaços para o exercício do desporto." No total, está previsto o encerramento, no âmbito da reorganização da rede escolar pública, de mais de 900 escolas básicas - actualmente há 3200 a funcionar. A decisão, quantificou Isabel Alçada, vai afectar "3,5% das crianças que frequentam o primeiro ciclo, no máximo 10 mil crianças". Em Setembro já não abrem 400 escolas, cujas autarquias já entraram em acordo com o ministério, segundo a ministra.Pais e professores cépticos O medo de que os alunos sejam transferidos para escolas piores, que tenham de fazer mais quilómetros por dia e que o transporte não seja assegurado são as principais preocupações de pais e professores. "Apesar de o país se considerar bem dotado de acessos, há zonas no Norte e Centro onde deslocar crianças 10 ou 15 quilómetros é uma verdadeira tortura", garante o presidente da CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais), Albino Almeida. Rui Martins, da CNIPE (Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação) prefere criticar a "instabilidade" na Educação. "Não entendemos como é que fecham escolas sem ter a certeza de que os nossos filhos irão para escolas melhores." Falando pelos professores, a Fenprof critica a medida por considerar que o encerramento de escolas vai provocar uma "forte quebra de qualidade do ensino", mais desemprego e "grandes sacrifícios para os alunos" - tudo para se "poupar na educação, à custa das crianças e das populações mais desfavorecidas". Jaime Pinho do Movimento Escola Pública alerta para que "o perigo de leis cegas" e garante que esta é uma medida que será "mais uma machadada na desertificação do Interior". João Grancho, da Associação Nacional de Professores, avisa que as mudanças "têm de estar assentes em critérios pedagógicos e nunca economicistas". Os números oficiais do encerramento só serão conhecidos dia 15, quando terminar a avaliação que, segundo o ministério, ainda está a ser feita no terreno. Com Ana Kotowicz
Daqui.
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