terça-feira, 17 de maio de 2011

E Aí Vão Mais Três...


Carinhos Envoltos em Orquídeas Surripiadas às Minhas Janelas
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães


E Aí Vão Mais Três...


Aliás, já foram. Foram mais três profs que pediram a reforma antecipada e que já não povoam a Nossa Escola com as suas vozes, os seus passos, as suas presenças constantes, os seus saberes, as suas experiências. Foram mais três só este ano, porque durante o ano passado outros se foram, e nos anos anteriores idem aspas aspas e outros aguardam a chegada da dita com impaciência, saturados de alterações constantes que raramente são para melhor. O fenómeno agravou-se, de forma inesperada e violenta, desde que Maria de Lurdes Rodrigues chegou ao Ministério da Educação pela mão de José Sócrates. A perseguição foi de tal ordem, o desrespeito atingiu tal nível que o resultado está à vista de todos. Quem pode, mesmo com penalizações violentas que chegam a atingir os 50%, sai, foge de um dia-a-dia que já foi incomparavelmente mais feliz e é hoje muito mais penoso do que algum dia o foi em todo o nosso passado colectivo.

Nós, os que agora rondamos os 50 anos, mais coisa menos coisa, somos a geração mais idosa que permanece na Escola. Todos os outros se foram, ou estão à espera de ir, e isto é esquisito.

A escola onde eu comecei a minha actividade profissional não era assim e fazia-se de gerações múltiplas e diversas que se cruzavam nos corredores, na sala de professores, numa sucessão natural e não forçada como aquela a que agora assistimos.

Os professores que hoje homenageamos são os que se reformaram durante este ano lectivo. Que nos desculpem todos os que estão para trás e que eu não nomearei sob pena de não me lembrar de muitos, até porque eu fui, por muitos anos, a ausente forçada que tarimbava na ESA.

Foi um encontro pensado entre conversas de amigos, sem qualquer tipo de formalismo, sem a instituição por detrás. Daí a organização ser até um pouco amadora porque, francamente francamente, estes são os tempos dos dias abaixo de cão lá pela escolinha. Meus e de tantos, mas tantos, que vestem a camisola da Escola e dão o que de melhor têm para dar a um organismo que é público, sem olhar a horas, a esforço, a cansaço.

Hoje paramos ao jantar. Hoje será tempo de gargalhadas e de lágrimas nos olhos, já de saudades. Hoje a noite será da Ofélia, da Adelaide e do .

2 comentários:

Maria Adelaide disse...

Só agora, que aprendi a lidar com mais esta ferrementa, é que posso deixar, aqui, a expressão da minha GRATIDÃO indízível que este vosso GESTO altruísta e afectuoso ancorou no espaço da minha memória permanente!
OBRIGADA!
Ass. Uma dos três!

Anabela Magalhães disse...

Obrigada por aqui passares e deixares rasto.
Este foi o post de todos os sustos. Fi-lo antes de ir para o jantar e quando cheguei a casa estava ele desaparecido em combate. Logo neste dia, a Google teve um apagão mundial e monumental que engoliu, literalmente milhões de postagens. Uns dias depois recuperei-o, enviado para publicação pela Google...
Aqui permanecerá.
Xi-coração!

 
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