Ainda o Exame de Inglês Novas da FENPROF
NOTA À COMUNICAÇÃO
SOCIAL
TESTE DE INGLÊS DO
9.º ANO:
A DERIVA DO MEC NÃO
TEM LIMITES NUM PROCESSO A CONTAS COM A “CAMBRIDGE”
A falta de vergonha do MEC e do IAVE não param de nos surpreender no que
ao processo do exame de Inglês da Cambridge diz respeito. Já não bastava os
professores terem sido impelidos pelo MEC para que faltassem às suas aulas para
fazerem a formação exigida pela Cambridge na última semana de aulas do 2.º
período e na 1.ª deste curtíssimo 3.º período letivo. Vem, agora, o IAVE voltar
a convocar, para fazerem formação presencial durante dois dias, hoje e amanhã,
os professores que, estando em greve a todo o serviço relacionado com este
processo, não fizeram a formação nem a certificação exigida para poderem ser
classificadores e examinadores das provas orais.
Esta formação, caso os professores cedessem às pretensões do IAVE/MEC,
seria realizada, uma vez mais, com o prejuízo das aulas dos alunos e desta vez
nas instalações do IAVE em Lisboa, com os professores a deslocarem-se de todo o
país e com todas as despesas pagas!
A intimidação e a pressão sobre os professores de Inglês e as direções
das escolas são crescentes, indo ao ponto de alguns diretores estarem a ameaçar
os professores com eventuais processos disciplinares. Mas crescente é, também,
a revolta e indignação dos professores, que de dia para dia têm estado a
engrossar a fileira daqueles que estão a fazer greve a todas as atividades
relacionadas com este processo da Cambridge.
O governo português, em nome de uma desnecessária certificação e de um
inadmissível desrespeito pelos docentes e pelas instituições em que fizeram a
sua formação inicial, a troco de um negócio de contornos ainda pouco claros,
envolvendo a Cambridge English Language
Assesment cuja clientela já atinge cerca de 170 países e move milhões e
milhões de euros, outorgou-se o direito de esconder o negócio, facultando-se
das necessárias artimanhas legislativas para que o contrato estabelecido fosse
por diante sem obstáculos processuais.
E agora, cumprindo a sua parte, sacrifica professores e alunos, o seu
trabalho e as suas aprendizagens, num contexto e num quadro tão complexo em que
a escola portuguesa tem de dar provas de ser capaz de cumprir com o objetivo
de, no final, os resultados dos seus alunos não envergonharem o país.
Dos professores, Crato faz as marionetes com que acena aos seus amigos
ingleses, como quem diz: pobretes, mas alegretes”. Uma vergonha a que centenas
de professores não se vergam, cuja oposição ao processo estão a fazer, aderindo
à greve nacional iniciada em 7 de abril e que será levada até ao fim, em 22 de
maio.
Hoje mesmo, a este propósito, a FENPROF foi ouvida pela Brigada
Anti-Corrupção da Polícia Judiciária.
O Secretariado
Nacional
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