sexta-feira, 16 de março de 2018

Se o ME não ceder até junho os professores não darão notas


Se o ME não ceder até junho os professores não darão notas

Hoje subscrevo, por inteiro, a postagem do Alexandre Henriques, do blogue ComRegras. Porque, para grandes males, grandes remédios! 


"Terminou hoje a greve dos professores. Alguns dirão que foi um sucesso, outros dirão que foi assim assim (números dos sindicatos apontam para 70% e 75%). Julgo que foi a greve possível pela altura em que foi marcada, os professores estão cheios de trabalho e muitos a realizar avaliações que não podem ser adiadas. É claro que há sempre quem vá trabalhar e faça greve ao mesmo tempo, só que são muito poucos os que fazem um gesto tão altruísta.
E agora? O que fazemos???
Tirando a iniciativa que o ComRegras está a preparar, e que se calhar só virá a luz do dia no início do 3º período (há várias variantes que atrasam o processo), os sindicatos já avisaram que será feita uma grande manifestação. Espero efetivamente que sim, o Ministério da Educação e o Governo só cedem se os professores mostrarem o seu descontentamento em quantidade suficiente para chamar a atenção da comunicação social. Este Governo, bem como todos os outros, preocupam-se acima de tudo com a sua imagem, com os efeitos nefastos que qualquer luta mediática pode trazer. Eles sabem que os professores têm muito peso social e que podem causar estragos irrecuperáveis nas próximas legislativas. É por isso determinante que coloquemos as nossas diferenças de parte e nos juntemos às iniciativas sindicais, mesmo que discordemos da forma e do tom. Para o bem e para o mal, são eles os nossos representantes…
Posto isto, apresento publicamente a minha proposta e espero sinceramente, que os dirigentes sindicais a tomem em consideração, não por ser minha, mas por ser a opção de muitos professores e que foi visível na sondagem realizada pelo ComRegras.
Digam ao Ministério da Educação que, se não houver uma cedência efetiva das suas pretensões até antes do final do presente ano letivo, os professores não lançarão as classificações, pois será convocada uma greve às reuniões de avaliação que perdurará até ao final de julho, ou seja, até os professores entrarem de férias.
Vantagens:
A questão dos serviços mínimos não será colocada pois bastará um professor para adiar a reunião.
Os professores podem organizar-se, não sobrecarregando o mesmo ou compensando financeiramente quem adere à greve.
Financeiramente os professores praticamente não são afetados.
Os professores que optam por estar no mesmo barco mas nunca remam… não terão alternativa e terão de comparecer nas reuniões até que a situação fique resolvida, passando pelo desconforto de olhar olhos nos olhos quem se sacrifica por todos, inclusive por quem não rema…
Haveria tempo suficiente para alimentar a ideia, “plantando” nos professores essa estratégia, aumentando a pressão aos poucos sobre o Ministério da Educação, responsabilizando-o indiretamente por não conseguir chegar a um acordo que evite um descalabro no final do ano.
A transição dos alunos não se realiza, encravando todo o ano seguinte.
Os exames não podem ser realizados, pois não se sabe quais os alunos que estão admitidos a exame.
E os alunos?
Se os alunos, e já agora os pais, querem uma Educação melhor, devem entender que professores motivados são melhores professores e que professores dedicados são melhores professores. Convém lembrar que os jovens não querem ser professores, que o corpo docente está envelhecido e a carreira de professor já não tem o encanto de outros tempos… Além disso, a dedicação e motivação estão claramente comprometidas, pois os professores estão fartos de serem manipulados, desrespeitados e ainda por cima estão a assistir, mais uma vez, à utilização de argumentos falaciosos para manipular a opinião pública.
Estamos em Luta! Continuaremos em Luta!"
Alexandre Henriques

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