A Caminho das Gargantas do Todra - Marrocos
Fotografia de José António Santos
Programa de Viagem a Marrocos. Aos Soluços
7º Dia - Tinehrir - Ouarzazate
Acordar no hotel Kenzi Saghro, em Tinerhir, é poder usufruir de um espectáculo único das suas inúmeras varandas viradas para o palmeiral que rodeia o oued Todra. E o espectáculo ainda agora começou.
Visitem a casbah de Tinerhir, bem cedo, pela manhã. Já não a visito há muitos anos e da última vez que a calcorreei estava já em franca degradação devido ao abandono por parte dos seus habitantes, que se foram mudando para construções modernas e menos problemáticas em termos de manutenção. A arquitectura de adobe, belíssima, inteiramente biodegradável e inteiramente integrada na paisagem porque feita com o barro do lugar misturado com palha seco ao sol, é bastante problemática por causa das chuvas, por vezes torrenciais, que se abatem por estas paragens e por isso parece uma espécie em vias de extinção.
Percorram as vielas onde a utilização alternada e sucessiva de luz e sombra é absolutamente de mestre e desçam até ao oásis para dar uma volta e apreciar os campos meticulosamente trabalhados, a passarada feliz, os homens e mulheres que trabalham na agricultura, abrigados da canícula, o barulhinho da água correndo por entre os canais.
Se não quiserem perder muito tempo em deambulações ao acaso, peçam um guia no hotel e não se esqueçam de combinar os preços antes de iniciarem o passeio.
Acabada a visita, está na hora de partir para as gargantas do Todra, que estão indicadas na estrada e ficam somente a 15 km de distância. Percorrerão uma estrada estreita que ladeia os oásis à direita, qual serpente verde acompanhando o leito do rio. O percurso pelo vale é deslumbrante, assim como são imponentes estas gargantas que se erguem em paredes quase na vertical, escavadas pelo rio que pode ser extremamente tumultuoso devido às chuvas no Alto Atlas.
Aqui podem almoçar num dos muitos terraços dos albergues sobranceiros ao Todra. Aproveitem e depois partam para as Gargantas do Dadés, o próximo oued que escavou um vale belíssimo onde as Casbahs se sucedem imponentes, belas, orgulhosas, resistentes. Subam até lá acima pela estrada sinuosa, de onde desfrutarão de uma paisagem única sobre o rio e sobre a estrada feita de curvas e contracurvas.
As duas gargantas dão direito a viagem de ida e volta, mas ambas valem a deslocação. É certo que existe uma pista magnífica que liga as duas gargantas pelo Alto Atlas, mas é uma pista complicada, muito complicada, e só apropriada para veículos todo o terreno. Ficará, talvez, para uma viagem posterior...
E é hora de rumar a Ouarzazate, percorrendo os restantes km da Rota das Mil Kasbahs.
Em Ouarzazate têm muitos hotéis disponíveis e todos perto uns dos outros que a cidade é bem pequena. Instalem-se. Talvez no Riad Salam, um hotel muito razoável e com preços aceitáveis.
E absorvam a temperatura.
Pode ler mais, neste blogue, em
http://anabelapmatias.blogspot.com/2009/04/coincidencias-ouarzazate.html
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