Dunas de Merzouga - Marrocos
Já falei destas Senhoras inúmeras vezes neste blogue. Senhoras Dunas dentro do Grande Sahara. Curvilíneas, aconchegantes, quentes, físicas, silenciosas, mutantes, sensuais... uma vez percorridas pelo meu olhar, pelos meus pés nus em contacto com a areia solta, firme, quente, fria, seca, molhada, para sempre dentro de mim. Para sempre dentro de mim.
Percorro estas, sem me cansar, desde 1992. Estão muito próximo de Amarante para que eu consiga resistir ao seu apelo, ao seu cheiro, ao seu silêncio espampanante. Entro nelas em peregrinação, como quem entra num local sagrado, recolhida e silenciosa, para contemplar, para me carregar com a energia necessária para levar a bom porto uma vida esforçada em múltiplas dimensões, tal como devem ser todas as vidas que se prezam. E eu prezo muito a minha única para a desbaratar ou desperdiçar.
Partilho-as. Partilho as Dunas. Não conseguindo partilhar as sensações, não conseguindo partilhar a sua espiritualidade, partilho a sua estética que me dá cabo do juízo.
sábado, 21 de junho de 2008
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7 comentários:
Princesa do Tâmega, dizes que vais para o deserto como para um retiro. Pois olha: estás muito bem acompanhada: Para onde foi Jesus procurar-Se e encontrar-Se antes de entrar na vida pública? Para onde ia Ele quando a Angústia da sua condição humana O mortificava para além do suportável? Para longe de todos. Sei que todos os anos há grupos, pequenos, de pessoas, que se reúnem para estarem sozinhas. Para se reencontrarem e depois poderem voltar a aceitar o mundo cá fora. Faço os meus retiros por aqui, diferentes, mas compreendo a sedução que o deserto exerce sobre ti e invejo apenas a sensação física. Quem sabe farei desse objectivo - sentir o deserto - a minha próxima viagem? Para alimentar a alma? Obrigada pela partilha contínua e gratuita. Beijo da Avó Pirueta
Quando for noite, agasalhe-se, deite-se de costas na areia, e fique toda a noite a olhar as estrelas.
Depois conte-me, as viagens que empreendeu.
Mas eu sei, Carmo, eu sei.
Sem nunca ter feito essa associação antes, na Líbia, em pleno deserto, dei comigo a pensar que não foi por acaso que as três grandes religiões monoteístas nasceram nestes ambientes surreais.
É certo. O deserto é, para mim, o lugar físico mais espiritual que conheço.
Mas também compreendo os teus retiros muito bem. Somos diversos e temos múltiplas formas de reacção, temos múltiplas formas de alimentar alma, como tu dizes.Neste caso, como aliás noutros, o que importa é a qualidade da nutrição.
Bjs
Já assim fiz, Passiflora. Inúmeras vezes. Enquanto a maioria dos meus amigos se recolhe à "segurança" das tendas eu recolho-me à "segurança" das areias. Os meus outros dois escorpiões também.
E não caberia aqui todo o meu pensamento de horas de contemplação perante o céu completamente surreal da noite do Sahara. Às vezes consigo fechar os olhos e acabo por adormecer de pura exaustão.
Passaram 11 anos, desde a única vez que fui a Marrocos, mas sem dúvida um sítio que deixa uma enorme vontade de voltar.
Ainda guardo os cheiros :)
..por falar nisso:
" Vai uma sardinhada?"
Seja bem aparecida, querida sobrinha, aqui pelo meu blogue... e com que então também tem um seu??!!!
Vou investigar o caso.
Quanto a Marrocos... engraçado... nesse ano também fui!!!
E também guardo os cheiros.
Bjs
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