quinta-feira, 25 de março de 2010

Ai Portugal, Portugal!

Ai Portugal, Portugal!

As notícias pioram a cada dia que passa, consequência de desgovernos sucessivos cá dentro e lá fora.
Parte do mundo, tal como o conhecemos, revela-se agora à beira do colapso. Portugal vai à frente, o que não constitui qualquer novidade.
Como poderia ser de outra forma com a qualidade dos nossos dirigentes?

"Portugal assusta investidores"
Daqui.

6 comentários:

www.angeloochoa.net disse...

O que mais assusta, Anabela, é o puro ilusionismo, no dizer do Portas, com o qual nos pretendem manter enganados.
Ilusionismo quejando deu no que deu na vizinha Grécia.
É QUE NÃO NOS DIZEM A REAL VERDADE -- PARA NÃO NOS APAVORAREM.
Que bonzinhos sinistros «eles» são!

Unknown disse...

E alguns indígenas, também ....

Elenáro disse...

Por acaso Portugal não vai à frente. Portugal tem meios para reagir à crise que a Grécia já tinha delapidado.

Em todo o caso, esta crise é tudo menos crise. Isto foi fruto da "desgovernação" que aconteceu, sobretudo, nos EUA, motivada pela ganancia de alguns.

Em Portugal, a crise não veio trazer grande coisa de novo. Aliás, o que trouxe foi, à semelhança da gripe A, um pânico e catastrofismo generalizado. O Governo acabou por ajudar quem não precisava e gastou dinheiro que agora lhe fazia falta.

Mas mesmo assim nada disto seria tão grave se o país não tivesse passado os últimos 40 anos a construir uma capital megalómana para um país subdesenvolvido. Nada disto teria acontecido se o país não tivesse esbanjado dinheiro em obras inúteis, desnecessárias ou insuportáveis em termos de custos de manutenção. Se repararem nos rankings internacionais, Portugal está nos lugares de topo quando à rede de autoestradas.

Conclusão, a crise que vivemos não é algo irreversível (ainda) em Portugal. É preciso é que façamos todos o que nos compete. Ao governo governar, aos empresários investir mais do que apenas no seu lucro imediato, aos restantes ter noção da realidade.

Fala-se que o governo desgoverna mas que hipóteses tem ele (seja PS ou PSD)? Quando há sindicatos que, em plena crise, recusam aumentos de 17,7% sobre o salário base pedindo mais ainda... Está tudo dito. Depois há as greves de certas empresas, as quais não dão lucro, mas há sempre um pedido e finca pé para se pedirem mais salários... Resta saber de onde virá o dinheiro.

Enquanto os portugueses não se aperceberem da realidade que os rodeia e não puserem a mão na consciência não haverá governo que ponha o país direito. Será uma tarefa impossível.

Isto foi o que aconteceu na Grécia. Ainda outro dia li num jornal uma crónica de um Alemão que é correspondente em Atenas e ele dizia que, não obstante a crise, não obstante a escassez de dinheiro, não obstante os cortes em salários e gastos públicos respeitantes às contribuições sociais, os Gregos continuavam a gastar como se vivessem no país da abundância.

Em Portugal vive-se o mesmo. Em Portugal, o governo tem muitas culpas é um facto e disso não se livra. Mas não se pense que é o único culpado. Créditos das famílias continuam a ser pedidos para se passarem férias num sítio paradisíaco. Créditos para pagar créditos continuam a aparecer. O que não aparece depois é dinheiro para os pagar pois as pessoas vivem na ilusão que o crédito resolve tudo e que são ricas. Isto não é culpa do governo. Isto é culpa dos portugueses.

Desculpa o comentário grotescamente grande.

Anabela Magalhães disse...

É ilusionismo puro, Ângelo!
Pagaremos caro a maluqueira.
Quanto à real verdade... veremos... mas será, provavelmente, pior do que imaginamos.

Anabela Magalhães disse...

Sem dúvida, Black, que alguns indígenas são assustadores mesmo!

Anabela Magalhães disse...

Portugal está na linha da frente dos problemas embora não seja a locomotiva.
Tens toda a razão no que dizes, Elenáro sobre o que por aqui se passa.
Sabes que, quando dou a sociedade de consumo, faço um teste muito simples para ver o quanto os portugueses têm hábitos de consumo desregrados.
Há cerca de 6 anos concluí que a coisa já estava preta - estava numa turma de miúdos classe baixa, na maioria, só existia um miúdo que fugia a este padrão e eu perguntei a cada um deles quantas televisões existiam lá em casa. As respostas foram aterradoras. A maioria tinha 3 e 4, mas existia quem tivesse 5, 6, 7, 8, e, pasme-se, 9! Uma louuuucuura completa e absoluta.
Só eu e o dito miúdo, que fugia à caracterização geral e sumária que te fiz, e que era de uma classe média alta, para não dizer só alta, tínhamos uma simples e única televisão.
Os portugueses sempre sofreram deste mal. Não é de agora. Querem parecer o que não são, aparentar o que não têm. É assim desde tempos imemoriais. O sonho da maioria dos portugueses é viverem em palácios e como não podem tê-los é vê-los a meter em apartamentos minúsculos mobílias e mais mobílias, cacos e mais caquinhos, porcarias até dizer chega, cortinas e reposteiros e sanefas de veludo com pingentes e mais nem sei o quê e deixam as casas tipo árvores de Natal, de preferência com duas cozinhas, uma rústica e outra para as visitas e por aí adiante. Já falei por diversas vezes sobre esta tristeza neste blogue. Não é por acaso que em Portugal há os ferraris que há.
Não é por acaso que um dado "industrial" de calçado aqui de perto derrubou uma parede exterior de casa para meter no hall de entrada uma traineira cheia de marisco aquando do casamento de uma filha. É claro que a dita traineira teve de sair outra vez, exactamente pelo mesmo lugar por onde entrou.
E é à custa desta pobreza de espírito da população portuguesa que tu tens um Trocas-te a ganhar duas eleições seguidas. Os nossos governantes são o reflexo da população portuguesa e por isso não merecemos melhor. E não faço grande distinção sobre a qualidade dos políticos em geral. E sei bem que estamos aqui pela mão do ps e do psd.
Não têm o meu voto.
E também eu me alonguei de carago!
Sorry!

 
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