Trabalho, Trabalho, Trabalho

Reconstituição do Teatro Romano de Arles - Arles - França
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Trabalho, Trabalho, Trabalho

Confesso que gosto de trabalhar. E por isso trabalho. E, como nada me cai do céu aos trambolhões, não tenho um minuto a perder. Continuo a não ver novelas, continuo a não ver concursos parvos que só servem para estupidificar a pessoa mais escorreita, continuo a não perder um minutinho do meu tempo com tricas e dicas, com diz que disse e diz que foi, continuo a sentar-me pouco... excepto para trabalhar.
Vai daí, tenho agora um património acumulado de apresentações em PowerPoint absolutamente considerável, que não pára de ser melhorado e aperfeiçoado e de crescer. Devagar, devagarinho, se vai ao longe, que eu tenho espírito de formiguinha e acumulo hoje para usar amanhã.
Este ano lectivo tracei como objectivo, funciono muito bem com eles, renovar e reajustar as minhas apresentações realizadas para uso em contexto de sala de aula, para os meus queridos alunos do sétimo ano de escolaridade. É que quando as elaborei pela primeira vez, num longínquo Verão algures por meados dos anos dois mil, organizei-as por temas e desde então melhorei-as sem lhes mexer na estrutura. Pois é isso mesmo que ando a fazer agora, ando a mexer na estrutura, para que cada apresentação se ajuste por completo a uma aula de 90 minutos, que é aquilo de que disponho.
Sou uma permanente insatisfeita. Findo o trabalho, olho para ele... e farto-me de o criticar "Anabela Maria, consegues fazer melhor!"
E assim ando, na luta. O meu trabalho e eu... eu e o meu trabalho!
Um dia destes publiquei as últimas três, que podem ser vistas aqui, e que aguardavam no limbo as alterações resultantes da introdução de novas fotografias, conseguidas em diferentes latitudes, que eu tenho espírito errante e nómada e, de quando em vez, preciso de arejar... sob pena de sufocar.
A página é nova, está em construção permanente, e irá substituir a antiga, que a qualquer momento desaparecerá.
Tenho a mania da originalidade, confesso aqui não pela primeira vez. E tenho-a desde que me lembro. Quando desenhava a minha própria roupa porque nada do que via me satisfazia, e a confeccionava, pois então. Ou quando acordava num quarto, o meu, para adormecer noutro completamente diferente, mais meu. Ou quando desatei a desenhar mobiliário ao meu gosto, segundo o meu traço racional e simples, que eu nunca amei rococós nem pirosadas de gosto mais do que duvidoso.
Assim continuo... e isso nota-se também nas minhas aulas. As apresentações por mim elaboradas, e que eu uso em contexto de sala de aula, são absolutamente originais e mantenho esta preocupação, que é muito minha, até na ilustração das mesmas, procurando ir bem mais longe do que foram nos manuais.
E depois observamos, vemos, interiorizamos, interpretamos, dialogamos, que as aulas também são feitas disto e por causa disto passam a correr. A correr que voam!