segunda-feira, 20 de abril de 2015

Uma Sepultura Trágica de Nome Mediterrâneo

Hoje Sou Um Grito Vermelho - Chefchaouen - Marrocos
Fotografia de Artur Matias de Magalhães

Uma Sepultura Trágica de Nome Mediterrâneo

O mar Mediterrâneo, do latim Mediterraneus, que significa entre as terras, já foi palco de esplendores e misérias vários. Mar interior, que simultaneamente une mas também separa povos de três continentes distintos, viu florescer nas suas margens civilizações cada vez mais requintadas e evoluídas que foram traçando pelas suas águas, o mais das vezes calmas e pacíficas, rotas feitas de trocas comerciais, culturais, religiosas, gastronómicas, artísticas, populacionais... com consequências perduráveis no tempo até à actualidade e que marcam, de forma indelével, a forma de ser, de estar e de pensar nos países ditos de civilização ocidental.
Eu sou uma filha do Mediterrâneo, muito embora o meu país não seja por ele banhado e "apenas" por ele seja influenciado... e que influência! inscrita no nosso ADN colectivo, feito do bom cruzamento do ADN das gentes do Norte com o ADN das gentes do Sul.

Pois hoje este Mediterrâneo tão amado é palco de uma miséria sem fim tendo-se transformado numa sepultura trágica para milhares e milhares de pessoas, nossos familiares do Sul... a contabilidade dos assassinados, porque é disto que se trata perante a falta de escrúpulos total dos traficantes de seres humanos, perante a falta de escrúpulos total dos desgovernantes europeus que mais ou menos assobiam para o lado fazendo por passar a informação de que já fazem muito! como dizia, a contabilidade nunca será precisa, nunca será rigorosa.
A última desgraça mediterrânica de que se teve conhecimento foi esta:
Cerca de 700 mortos no Mediterrâneo
Seria bom que tivesse sido a última, seria ainda melhor que estas desgraças, assim como todas as outras antes destas, nunca tivessem existido.

Ontem fui Charlie. Hoje sou Africana. Ilegal, tentando a sorte feita de desespero, fugindo à pouca vergonha total em que está mergulhado grande parte do continente africano e grande parte do mundo árabe.
Hoje sou também um grito vermelho. Contra o novo tráfico negreiro do século XXI.

Tragédia anunciada. Os avisos registados pela Renascença




3 comentários:

Sandra disse...

Olá Anabela,como te encontro?
Peço-te permissão para ler o teu texto nas minhas aulas de Geografia (com os devidos direitos de autor - farei isso a partir da consulta do blogue), para explorar juntamente com as notícias. Pode ser? Beijinhos

Anabela Magalhães disse...

Deixas-me honrada, Sandra!
Mas é evidente que podes.
Beijinhos!

Sandra disse...

Grata minha querida!
Beijinhos

 
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