Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Largo de S. Pedro, Agora Largo Hiper Mega Medonho
Para alguns, terei de ser justa, a obra prometeu desde o início da intervenção, desde o abate dos plátanos aí existentes. Para mim, confesso, a obra começou a prometer desde o lançamento da primeira pedra, de cor magnifica e extremamente bem enquadrada na restante pedraria usada neste centro histórico de Amarante e que aqui caiu que nem ginjas em aguardente. Em dias de sol, o efeito é magnífico e quase cega o seu observador... o que é sempre bom... ser cego perante esta magnífica obra. Depois foi ver crescer e agigantar-se uma beleza de chaves de S. Pedro esparramadas no chão, de finíssimo recorte e discretas q. b. e não violadoras da Constituição da República Portuguesa, mas ocupando quase todo o Largo, numa escala tão bem esgalhada que até dói e invade o antigo leito do trânsito rodoviário, a pendente esquisita do Largo, o quase desaparecimento da soleira pertencente à Igreja de S. Pedro, a plataforma desnivelada em degrau que ampara o tanque e o futuro espelho de água, o jogo de cores de pedra granítica que já vai em quatro e que poderá servir de mostruário dos vários tipos de calhaus a usar em futuras obras, a mobilidade acautelada e nada constrangida, o cuidado colocado na intervenção para que a temperatura do centro histórico não suba porque já é escaldante no Verão, o cuidado para não aumentar a concentração de radão... nada nada excessivo aqui por estas minhas bandas, o canteirinho esquinado que ampara o muro da Igreja onde eu sugeria a plantação de amores-perfeitos... e o mais que há-de vir porque a obra ainda não acabou e continua a esmerar a cada dia que passa... é de uma delicadeza de intervenção que chega a ser comovente.
Agora assistimos à construção de um muro e os muros, como sabemos, estão na moda em muitos lugares do mundo incluindo a Europa.
Amarante poderia lá ficar atrás deste magnífico movimento mundial de construção de muros?! Pois não ficou. E Amarante tem agora um muro... descansem, este muro não é o muro de Berlim, a bem dizer é apenas um murito coitadito e não chega mesmo a separar-nos do nosso querido S: Pedro que por estes dias se tem fartado de chorar. De alegria? De tristeza?
Avalie o meu leitor. Eu, confesso, estou engasgada com um muro desde o primeiro dia em que o vi.
Nota - Permaneço convencida que até ao final da obra "a coisa" ainda vai caprichar.
6 comentários:
Há uma coisa que se chama, reuniões de assembleia de freguesia, onde os cidadãos podem opinar.
Tanto quanto sei, este projecto não foi alvo de qualquer discussão pública, foi entregue a um arquitecto em concreto, foi aprovado em reunião de câmara com os votos favoráveis do PSD e do candidato independente e os votos contra do PS e a obra não foi a concurso. Isto, reafirmo, tanto quanto sei. Agora, este projecto teve de ir ao IGESPAR... digo eu... o que me deixa pasma. Se isto é proteger um centro histórico... vou ali e já venho...
Estranho, porque a junta é PS.
Que eu saiba, a Junta não tem nada a ver com esta obra. A obra é mesmo do Município.
Tudo explicado. So falta um ano para irem à vidinha e os independentes, não eram assim tão independentes.
Essas futurologias e ilações é que eu não sou capaz de fazer. :(
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