segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008



Sala de Professores - ESA - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

"Não se Fala Noutra Coisa na Sala de Professores"

Este é o título da reportagem saída na passada quinta-feira, na revista Visão, e que nos dá conta das contas que os professores vão fazendo aos anos que lhes faltam para atingirem e pedirem a sua reforma, um pouco por todas as escolas do país. Prevê-se mesmo uma sangria nos tempos mais próximos com as novas regras de aposentação que aí estão à espera de promulgação pelo Presidente da República. E os professores nem se importam muito de sair penalizados. Já não estão para aturar mais nada. Estão esgotados. Gente que já deu tanto de si ao ensino! Lamentável. Lamentável a posição extremamente deprimente em que o Estado colocou toda uma classe profissional. Se era este o fim pretendido tenho de lhes tirar o meu chapéu.
Só sublinho em jeito de conclusão que o Estado, democrático, não se anda a comportar como uma pessoa de bem.

2 comentários:

Helder Barros disse...

Corroboro as tuas considerações sobre esta temática. Mas por incrível que parece, ainda há coisas mais graves; os novos professores contratados, não ganham nem para a sopa e as suas perspectivas de futuro são muito negras. Como pode haver esperança, cerceando o direito a crescer, duma juventude que deveria fazer andar este país para a frente? - Sinceramente, não sei, respondam os iluminados do regime!

Anabela Magalhães disse...

Não te esqueças que eu sou de História, um dos grupos malditos a nível de colocações.
Durante o 1º ano em que leccionei não me foi contado tempo de serviço para efeitos de concurso nem para reforma. Depois seguiram-se longos anos em que o Ministério me contratou e despediu consecutivamente, sem apelo nem agravo. Atirada de escola em escola, ano após ano, assumindo os horários que me calhavam na rifa. Aceitei até um horário, no Marco de Canaveses, em que tinha aulas de manhã, à tarde e à noite. E tive que esperar quase até aos 40anos para ganhar finalmente vinculo à função pública.
Como vês eu sei do que falo quando digo que o Estado não se anda a comportar como uma pessoa de bem. Já era assim. Agora agudizou-se em muitos aspectos a situação.
A continuarmos assim este problema corre sérios riscos de se tornar crónico, espalhando a degradação e o desalento por todos os cantos deste país.

 
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