sexta-feira, 1 de maio de 2009

Marrocos e as Crianças - As Nossas e as Deles


Crianças - Chefchaouen - Rif - Marrocos
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Marrocos e as Crianças - As Nossas e as Deles

E a partir de que idade podem as nossas crianças viajar para lá? - é uma pergunta que me fazem frequentemente as pessoas já são mães e pais e que perspectivam uma incursão ao país assustador do Sul.
A todas respondo que viajar para Marrocos não exige cuidados especiais se falamos, evidentemente, de crianças saudáveis.
Durante todos estes anos já por lá as vi de todas as idades, desde quase recém-nascidos colados ao peito dos pais, até bebés de poucos meses transportados às costas quase à maneira africana, até crianças já andadeiras a calcorrearem felizes seja o chão das medinas, a areia das praias extensas, ou a areia do deserto. Por norma crianças francesas, que são as que mais acompanham os pais seja para onde for, porque de pequenino se torce o pepino, e é preciso mostrar desde cedo outros mundos, outras gentes, trabalhando informal e naturalmente, desde idades precoces, esta aceitação do diferente, esta aceitação do outro.
Aliás a todos garanto que Marrocos é povoado de crianças "normais" de Norte a Sul, que nascem e sobrevivem neste país feito de regiões montanhosas imensas, ora doces ora agrestes, planaltos e planícies intermináveis, ergs de areia fina e dourada e regs negros e pedregosos e que, transportadas para cá, passariam absolutamente despercebidas entre os portugueses que são para aqui uma miscelânia sem fim, às vezes com a mania de que são especiais, esquecendo-se de que são apenas vulgares.

8 comentários:

EMD disse...

Brilhante!

Anabela Magalhães disse...

Achaste?
Muitos thankiús, Linda.
Vejo que ainda não podes escrever muito...
Melhoras rápidas e beijocas boas

maria eduarda disse...

Excelente!

Anabela Magalhães disse...

Achaste?
Muitos tankiús também para ti, Dudú.

Teresa Diniz disse...

Às vezes, esquecemo-nos da quantidade de sangue berbere e negro e judeu... que nos corre nas veias! Mas, geralmente, fingimos que somos tolerantes e de espírito aberto!
Gostei muito do texto. Às vezes, também nos esquecemos de pensar sobre as coisas.

Anabela Magalhães disse...

É verdade, Teresa, frequentemente esquecemo-nos de pensar sobre as coisas.
E é verdade também que neste país há muito fingimento. Em variadíssimas áreas e nesta também.
Afinal, não descendemos todos dos primeiros organismos unicelulares que surgiram lá muito atrás na Terra?
Ora aí está. Afinal somos todos parentes mais ou menos afastados... e estou a falar de todos os seres vivos mesmo!
Beijocas e excelente fim-de-semana.

Teresa Diniz disse...

Há quem diga que somos todos "poeira de estrelas" e eu gosto muito dessa ideia.
Bjs. Bom fim-de-semana.

Anabela Magalhães disse...

Desconhecia a expressão. Gostei e registei.
Obrigada pela partilha.
Beijocas
Excelente e radioso fim-de-semana.

 
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