quarta-feira, 27 de maio de 2009

Andrew Bird



Andrew Bird - Theatro Circo - Braga
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Andrew Bird
Foi ontem. Os bilhetes estavam comprados há muito tempo e era completamente impossível este rapaz escapar-me.
Andrew Bird, o virtuoso do violino, o tímido, aterrou no Theatro Circo completamente despido de qualquer outra companhia. O palco foi dele e mais uma vez tocou, cantou, assobiou e encantou a assistência fiel aqui do Norte que lhe acompanha a vida.
A sala que conheci em Junho de 2007 continua igual a si própria, bela e exuberante, acolhedora e confortável, ontem mais uma vez de lotação esgotada.
O palco, simples e despojado, com um cenário de cor única, ora verde, ora azul, ora vermelho, simples e sóbrio, deixou brilhar um Bird que chilreou e esvoaçou que se fartou em pleno palco, acompanhado dos seus múltiplos instrumentos que tocou alternadamente durante todo o concerto.
O violino, tocado ora como um violino, ora como um cavaquinho ou uma viola, deixou-me rever umas mãos extraordinariamente belas, cujos dedos, dançarinos, longos e finos, se passeiam sobre as cordas a uma velocidade verdadeiramente estonteante.
A voz continua magnífica e plena de cambiantes ora vigorosos, ora hesitantes, ora doces e ternos.
O assobio... ai o assobio.... o assobio continua espampanante de afinado, de melodioso, de poderoso, e ecoou forte e feio por aquela sala e parece até que me conseguiu acompanhar em viagem, madrugada fora, de regresso a casa, e ainda permanece aqui comigo. Permanece aqui comigo.
Desta vez deixei de ser totó.
" Informamos que devem desligar os telemóveis e relembramos que é proibido tirar fotografias durante o espectáculo."
Que se lixe! Pois transgredi! Mas o que é da vida sem sal? O que é da vida sem uma transgressão aqui e ali?
Por isso levei a máquina e tirei-lhe fotografias a rodos durante o concerto. Discretamente. E fotografei-o enquanto aquela silhueta frágil mas cheia de força descia calmamente as escadas, e sorriu para mim, nada, mas absolutamente nada incomodado com os disparos da minha Canon. E durante a sessão de autógrafos continuei a tirar-lhe fotografias, sem flash... para não incomodar este pássaro cansado ao fim de um espectáculo deveras esgotante que se prolongou por mais de duas horas. Mas como é que o rapaz pode engordar à volta com tanto instrumento?!
O concerto, bastante diferente do realizado em 2007, continuou-me a revelar um rapaz lindo, talentoso, capaz mesmo de voar em pleno palco entoando uma música impossível de catalogar a não ser em Andrew Bird.
Foi ele. Igual a si próprio. Em todo o seu esplendor. Por isso lhe agradeci a entrega total em palco enquanto lhe pedia mais um autógrafo.
Mas é tão óbvio que o rapaz ama aquilo que faz!
Por isso... até breve Andrew Bird!
Thank You por me alegrares os dias! Obrigada por me continuares a surpreender ao fim destes anos todos!
Partilho "Why?", uma música excepcional, já antiga, mas sempre reeinventada com estrondo.
E agora pergunto eu... amaste, Clapinho?

2 comentários:

www.angeloochoa.net disse...

paradoxalmente a alegrarem-se-nos os dias dum pesadelochamado «CRISE...»
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Anabela, felizmente outra vez 'teu' Andrew Bird!
Ouço e ouço tua transgrssora gravação do ao vivo desse bracarense Teatro Circo que até conheço de outras lides. gravação a percorrer-se mesclada de raiinhos de matinal harmonia, zumbidos de insectos voladores, chilrares dubios de melros negos sobe verde, a «incompleta» abafada em fundo no mediaplayer, e um espaçado deslise de veículos na rua estrada a lado poente sul da aberta porta que dá at´´e a cerca dos odores a laranja pêssego maçã... feliz tu por rever e re-ouvir o rapaz bird era também the bird charli parker dos do 60 ans...lembras... esse chilrava a contrabaixo...de palheta... transportas-me sem quere tu e teu aAndrew a essa cristalina água sob pontes do Tâmega nosso vosso. e não tenho forma de agradecer ttanta beleza senão com um cibernético beijinho que em breve quero verdadeiro. o obrigado a Anabela está entregue por este angelo em viagem. ciao!

Anabela Magalhães disse...

É verdade, Ângelo, ou alegramos os nossos dias ou sucumbimos todos á depressão da crise.
Ora para nos alegrar os dias nada melhor do que a arte em geral, nada melhor do que a música em particular.
Até breve, Ângelo. Até breve em Amarante.
Beijinho

 
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