domingo, 29 de novembro de 2009

Lamento


Mesquita - Alto Atlas - Marrocos
Fotografia de Artur Matias de Magalhães

Lamento

Hoje decorreu na Suíça um referendo absolutamente ridículo e com um resultado deveras preocupante.
Hoje, 57% dos Suíços votaram contra a construção de minaretes das mesquitas, personificando nos minaretes, por certo, o perigo do infiel, sendo certo que os minaretes, por si só, serão sempre completamente inofensivos, aqui e ali, ontem, hoje e amanhã.
Já vi este filme e este filme deixa-me absolutamente envergonhada. Porque este filme é extremista do lado de cá e potência o extremismo do lado de lá e eu não gosto dele. Venha ele de que lado vier.
Num mundo global não adianta nada tomar este tipo de atitude na tentativa desesperada de tentar travar o que quer que seja. Pelo contrário, este tipo de atitude só abespinhará mais e mais uma comunidade que já vive entre nós, em França aos molhos, na Holanda aos molhos e por aí adiante.
Isto não é integrar. Isto é atacar um povo no que ele sente como mais sagrado - a sua religião.
E não é porque há países muçulmanos, não todos, longe até de serem todos, em que a liberdade religiosa é uma miragem que eu vou descer ao mesmo nível rasteiro destas comunidades.
Não é por existirem grupos radicais do lado de lá que eu apoiarei jamais os radicais do lado de cá, a extrema-direita europeia, igualmente assustadora.
Exijo mais. E falou a "descrente".

Suíça: mais de 57 por cento votou contra minaretes nas mesquitas

Entretanto pode já tomar contacto com as ondas de choque que já se fazem sentir aqui e ali.
Não sou a única chocada. Ora leia aqui.

11 comentários:

Raul Martins disse...

Tens razão, Anabela. O problema é que isto potencia os extremismos. O problema está no coração das pessoas e não nos minaretes...
.
Sinto-me, também, envergonhado.
.
Carpe diem!

Anabela Magalhães disse...

:(
Os sinais são preocupantes...

Em@ disse...

Assino por baixo!

Envergonhada e triste é como estou.

Beijinhos 'pra bocezes'

Anabela Magalhães disse...

As dificuldades potenciam estas aberrações.
Esta população, que assim vota, é deveras preocupante.
:(

www.angeloochoa.net disse...

Anabela, a acompanhar tua justa indignação, te transcrevo, para este teu lugar público do teu blogue, quanto afirma no Artigo 18º a Declaração Universal dos Direitos do Homem:

«Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de convicção e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinha ou em comum, tanto em público, como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelo rito.»

Anabela Magalhães disse...

Este mundo está preocupante, Ângelo. Deveras preocupante. :(

www.angeloochoa.net disse...

Para corroborar a tua justa preocupação e lançando mais uma dica por este mundo «preocupante» te transcrevo (a propósito de um tema nada simpático e «fracturante» na ordem do dia ... FAMÍLIA, FAMILY (escrevem os anglófonos...) o Artº 16º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que conta bem mais de cinquenta anos de já haver sido universalmente proclamada:
«A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm direito de casar e de constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião.» (...)
«Artigo 16º 3 - A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à protecção desta e do Estado.»

Anabela Magalhães disse...

Nada como relembrar alguns destes artigos que nos deixam corados de vergonha de tão violados!

maria almeida disse...

Assusta-me o retrocesso civilizacional a que assistimos. Não era suposto a Humanidade evoluir?! Sinto vergonha... por lá e por cá.

Anabela Magalhães disse...

Também ando assustada, Maria. E arrepiada. E escandalizada. E furibunda com a lata e a falta de respeito.
E sinto-me profundamente envergonhada. Devíamos fazer melhor do que isto!
Beijinho

Unknown disse...

É o rabinho da xenofobia e etnocentrismo a espreitar na velha Europa.
De facto é para lamentar!

Suaviza-me a alma a beleza desta foto do Artur - lindo, belo, eterno Atlas!

 
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