quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Sobre os Megas, Gigas ou... o que Seja!

Sagrado Coração de Maria Nos Valha a Todos!
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
 
Sobre os Megas, Gigas ou... o que Seja!

Relativamente a este post sobre Giga-Agrupamentos recebi na minha caixa de comentários esta opinião, que respeito.

Silva disse...
"Meu Deus! Mil vezes os tetras que acabarem com as reduções à componente letiva. Se a função é dar aulas para quê tanta gente a mexer em papelada? São diretores, sub diretores, assessores... acabem lá com esses tachos e deixem-nos em paz com os alunos.
E relativamente a este post sobre os 67 Mega-Agrupamentos ultimamente criados pelo MEC recebi este comentário, que igualmente respeito.

Vera disse...
"Sim, a história dos Mega. Se há que cortar na despesa antes os Mega que o aumento da carga horária. Os Megas, se pensarmos em termos da profissão de professor não trarão mal ao Mundo. O mal dos Mega não é para os professores, é para a politiquice e os boys e os tachos. Uma pápa essa de termos para cada mil alunos uma carrada de gente que não dá aula e entretem-se a fazer intriga escolar. Que venham os Mega e vamos mas é dar aulas e deixar essa carrada de reuniões e de papel sem sentido."
É claro que cada professor terá a sua opinião sobre onde e como cortar para conseguir poupança num ministério gigantesco como o MEC. E a tendência será cada professor puxar a brasa à sua sardinha, encontrando aqui e ali hipóteses menos más perante a catástrofe dos cortes a direito, e em várias áreas, que se abaterão sobre "quase" todos nós, sem dó nem piedade, se o deixarmos.
No entanto, parece-me que será honesto, e de bom tom, relembrar desde já que os professores têm sido os bombos da festa deste MLR, até desde um pouco antes, com carreiras congeladas, divididas artificialmente, espoliadas, com retrocessos absurdos, só para exemplificar com o meu caso - antes de MLR estava quase a passar para o 8º escalão numa carreira de 9 e estou agora encalhada no 4º escalão numa carreira de 10 e jamé, jamé! Nem que faça o pino!!, depois de tanta tropelia, atingirei o topo da carreira que o meu patrão/estado desenhou para mim, e me impôs, sem nada me perguntar, vindo depois a falhar compromissos sucessivos, sucessivamente, passo a redundância. O que para mim é imperdoável e desonesto.
Pelo que me é dado observar, é claro que as opiniões divergem da água para o vinho com cada um e cada qual a puxar a brasa à sua sardinha numa divisão impressionante e sem sentido de classe, peço desculpa a quem o mantém nesta hora de dificuldade extrema.
Vou dar exemplos: Vem um professor do 2º ou do 3º ciclos ou do secundário, com redução máxima pela idade, e defende antes isto ou aquilo do que mexerem nas horas de redução. Mas vem logo de seguida um professor do 1º ciclo que, obrigado a cumprir a totalidade da carga lectiva na escola, com os seus alunos e sem direito a qualquer redução de tempo lectivo e tal parece-lhe incompreensível já que agora lhes acabaram com a hipótese de se reformarem mais cedo, à laia de compensação por este cumprimento integral de carga lectiva, que sempre deveram ao ministério.  
Mas eis que depois vem outro e defende que antes a criação dos mega do que o aumento da carga lectiva para todos, para as 40 horas semanais, presumo, segundo já se ventilou pela imprensa.
E afirma-se mesmo que daí não virá mal para os professores, esquecendo a tal de economia de escala e os despedimentos que esta medida só por si provoca entre estes mesmos professores... estou num agrupamento que foi mega-agrupado o ano passado e sei bem a desgraça que foi em termos de professores dispensados, fora o resto que temos de gramar, sem que haja qualquer benefício do ponto de vista pedagógico, muito pelo contrário. Porque atenção, os megas, os gigas e os teras não são todos iguais e há exemplos aqui pelo interior de três agrupamentos/escolas reunidos agora num só, com cada uma destas secções a distarem vários quilómetros umas das outras e professores a completarem horários em todas as três capelinhas, andando de cá para lá e de lá para cá, aumentando o stresse, aumentando o perigo nas viagens feitas em estradas de interior, feitas de curvas e contracurvas, com os seus carros, desgastando-se a si próprios e desgastando os seus veículos... como aguentar isto, ano após ano... com a quantidade de TPC que ainda levamos todos os dias para casa?
É claro que, se me perguntarem se prefiro ficar sem uma perna ou sem as duas, eu prefiro ficar sem uma, e se a escolha for entre as duas pernas ou as duas pernas e os dois braços eu escolherei ficar sem as duas pernas... e por aí adiante até perder a cabeça, que é o ponto onde me parece que muitos já se encontram... mas, verdade verdadinha, tenho a dizer, preferir preferir, vão-me desculpar a sinceridade, mas prefiro ficar com o corpo todo.
E preferia ter visto o meu ministério a racionalizar custos a partir de cima. E vou dar um exemplo, que eu gosto deles. O que fazem ainda as DRE enxameadas de professores que ajudam a engordar estatísticas que jogam contra nós? Onde existe um professor para 8 alunos se eu nunca tive, desde que comecei a trabalhar nos longínquos anos 80, turmas com semelhante número? E atenção, porque costumo ter turmas com número reduzido de alunos, fruto da leccionação em turmas com alunos NEE e turmas de CEF. E nem assim, catano!!!Por isso... cadê as turmas de 8 alunos?
E volto às DRE, que aliás ainda não deixei... o que justifica a existência das DRE, com fim já anunciado mas não cumprido, na sociedade da informação, da rapidez, do acesso fácil a tudo via net? Pois estorvam, do meu ponto de vista, com esclarecimentos quantas vezes não coincidentes de umas DRE para outras, e opiniões assim e assado que muitas vezes só contribuem para o aumento da confusão geral. 
Pensem no que se poupava em edifícios que se tornavam desnecessários, podendo ser vendidos... vão-se os anéis, fiquem os dedos... o que se poupava em gastos energéticos, em pessoal que poderia ser rentabilizado da melhor forma, de notar que para mim a função dum professor, desculpem lá! é mesmo leccionar as suas aulas porque para o resto não falta quem esteja mais habilitado dentro da função pública... e por aí adiante, pensem no que se pouparia com a extinção de uns quantos cargos políticos que nunca fizeram falta a ninguém... só aos próprios e aos partidos políticos que alimentam clientelas à custa deles desgraçando a Nação.
E isto é só um exemplo, porque não faltam outros a apontar, olhando o organograma, pesado, do MEC.
Querem outra medida de poupança gigantesca? Deitar fora a péssima legislação que temos e que só nos faz dar voltas e mais voltas, por vezes até fundir os neurónios em horas de descodificação dos códigos rebuscados, feitos propositadamente para serem maus e confusos. Quantas horas de trabalho não seriam poupadas? Quanto não subiria o rendimento per capita de um português com uma legislação asseada? Quanto não se pouparia também dentro de um ministério como o MEC, onde a legislação chega a ser pornográfica de tão reles?
E pronto. Este post já vai longo e já não me apetece discorrer mais sobre este assunto, muito embora muito mais houvesse a acrescentar. São apenas algumas ideias soltas que aqui deixo... alguém quer acrescentar mais sugestões de corte? Sem que se cortem membros ou partes do corpo de facto necessárias ao edifício?
É claro que, no final de tanto corte possível, indispensável mesmo para aligeirar o monstro... se precisarem de me cortar... vá lá... um dedito... vá lá... o mindinho...

2 comentários:

bibónorte disse...

O"pobo tá tolo", essa é que é essa.
A tua resposta foi na "muge", como diria o Pai Albino.
Pessoal, vamos pensar, raciocinar,unirmo-nos...C'um caneco,que raio de classe é esta? Parecemos cachopos ...:(

Anabela Magalhães disse...

Tá tolo, Maria! Concordo contigo.
Dia 26 abraço-te na luta! Não, não desistiremos!!!!
Beijo grande!

 
Creative Commons License This Creative Commons Works 2.5 Portugal License.