"Chumbos já não são uma realidade em muitas escolas europeias"
Este é o título de uma notícia saída no Público a 4 de Novembro último e este título corresponde a uma verdade que decorre de contextos em que não há uma enorme disparidade económica, social e cultural entre a generalidade da população e em que se valoriza extraordinariamente a Educação, valorização essa que faz parte integrante do ADN de uma população muito escolarizada e que está presente também no ADN, não corrompido, dos vários actores políticos que vão ocupando os efémeros cargos governativos nos respectivos países.
Numa Finlândia ou numa Islândia, numa Dinamarca, numa Suécia ou numa Noruega, valoriza-se e muito o trabalho, imenso, que se desenvolve nas escolas, trabalho dos professores incluído, como não pode deixar de ser, e não vemos esta guerra constante, iniciada com aquela ministra, que deveria ter sido da Educação, do ps de má memória, e que afirmou, alto e bom som, em Junho de 2006, "Perdi os professores, mas ganhei a opinião pública", sob o aplauso de uma comunicação social que, comportando-se como terceiro mundista, alinhou, e continua a alinhar, num ataque concertado, constante e sistemático, aos professores portugueses, sem perceber que, atacando, enxovalhando e desmoralizando os professores está a contribuir activamente para a degradação da Escola Pública e, consequentemente, para um amanhã pior do que aquilo que seria expectável e desejável para Portugal.
Ora, por aqui, é o que vemos, o que sentimos, o que experimentamos, de mau, emanado da tutela. Na verdade, a tutela transformou-se, frequentemente, num empecilho aos vários actores, no domínio da Educação. Deixou as comunidades educativas a várias velocidades, umas parentes ricos, outras parentes muito pobres, umas escolas com instalações dignas de primeiro mundo, outras, a maioria, dignas de um terceiro ou quarto mundo, esmagadas em problemas que poderão/deverão ser resolvidos pela tutela, com mais e melhor investimento, generalizado, no sector da Educação.
Mas há outros problemas que, para se verem resolvidos, terão de decorrer de intervenções a montante da Escola. Alunos cujas famílias nem têm consciência da importância da educação, e que por isso nem a passam aos seus educandos, que trabalham e muito sem conseguirem sair de um nível de pobreza que nos deve deixar a todos envergonhados, são inúmeros por este país fora, já para não falar da violência doméstica... e isto só para elencar alguns dos problemas que, por mais que a escola forneça oportunidades a estes alunos, não conseguirá nunca resolver nem ultrapassar porque a solução não está nas suas mãos.
À Escola Pública deve ser pedido/exigido muito, concordo. Mas não pode, nem deve, ser pedido/exigido tudo.
Chumbos já não são uma realidade em muitas escolas europeias
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