quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Pelo Direito à Compreensão

Portefólio Corrigido e Digitalizado

Pelo Direito à Compreensão

O vídeo que hoje divulgo alerta-nos de forma clara, directa e objectiva para a importância da compreensão da língua, neste caso o português. Trata-se de um vídeo exemplar que surripiei à Elsa Duarte, tratadora do blogue Experiências em Português, a quem agradeço muito a partilha generosa, que explora um assunto que faz parte do meu rol de preocupações diárias - fazer-me entender, ser entendida, faz parte dos meus objectivos enquanto tratadora deste "Anabela Magalhães", faz igualmente parte das minhas preocupações enquanto docente de História e enquanto tratadora, nesta qualidade, dos blogues "História em Movimento" e ainda do
"História 7".
De facto, utilizo no meu dia-a-dia a língua portuguesa para comunicar e, enquanto docente, tenho plena consciência dos efeitos devastadores nas aprendizagens dos alunos derivados da incompreensão e do não domínio da língua materna já que, a cada passo, pergunto alhos e os alunos respondem-me bugalhos, com reflexos notoriamente negativos nas avaliações. A História e o Português andam de mãos muito dadas e não vivem um sem a outra.
As responsabilidades que recaem sobre mim são imensas e deriva da consciência desta minha responsabilidade a exigência que eu tenho para com os meus alunos relativamente à língua materna - os portefólios são corrigidos de fio a pavio, os erros e as faltas de acentos são assinalados para posteriormente serem corrigidos, dez e cinco vezes cada um, respectivamente. Também deriva desta minha preocupação a exigência da leitura das páginas da matéria que exploraremos na aula seguinte, o registo das palavras difíceis e dos respectivos sinónimos no portefólio após consulta do dicionário e o registo dos conceitos novos que vão aparecendo do manual pois não devemos avançar sem domínio sobre a palavra escrita ou dita e devemos esclarecer todas as nossas dúvidas sob pena de nos andarmos a enganar a nós próprios.
Considero que esta minha preocupação, que me faz abominar aquela coisa espécie de português escrito, não sei se falado, pela ex-directora da DREN, Margarida Moreira, tem de ter consequências práticas na minha actividade profissional. Porque não adianta eu escandalizar-me com os erros escritos e o português macarrónico usado pelos meus alunos se eu nada fizer para tentar mudar-lhes as práticas. E por isso tento. Afincadamente. À custa de uma trabalheira imensa que me afoga, a cada final de período, em correcções sem fim  mas que tem resultados práticos muito palpáveis. Há uma redução dos erros ortográficos nos portefólios dos meus alunos, do 1º para o 2º período, que chega a ultrapassar os dois terços. Assim, a Língua Portuguesa vai-se aprendendo, tal como outra língua qualquer, e nesta caminhada não devemos perder de vista a obrigação de falar e escrever um português claro, escorreito, compreensível, sob pena de falarmos, falarmos, falarmos e não dizermos nada.

Ainda hoje avisei os meus alunos logo pela manhã... atenção à palavra Atenas... é que n alunos escrevem-me Antenas... todos os anos... e como sabeis antenas e Atenas são duas realidades distintas... eheheh... pois a professora de História é igualmente professora de Português...
Vamos todos falar e escrever claro? Vamos todos actuar claro?
E vamos todos desligar o complicómetro? Sem nunca abandonar a correcção, claro!
A página no facebook está aqui e chama-se... Português Claro.

4 comentários:

EMD disse...

Obrigada a ti, que não te "limitas" a ser professora de História.
Se todos fossem como tu, se todos os educadores tivessem a tua preocupação-amor pela língua que nos embalou o berço, se todos como tu velassem incansavelmente pela correção, adequação e clareza dos usos linguísticos, certamente teríamos, já, uma população mais consciente da necessidade de compreender e ser compreendido.
Infelizmente, parece-me que também neste aspeto vamos de mal a pior.
Quanto à "partilha generosa" - olha quem fala! a partilhadora -mor - querida amiga, a minha casa é tua, dispõe sempre.

Um abraço grande cheio de saudades dessa pronúncia do norte.:)

EMD disse...

O raio do fb tem destas confusões. A organização Português Claro encontra-se aqui:
http://www.facebook.com/portugues.claro

Anabela Magalhães disse...

Obrigada pelas tuas palavras, Elsa. Todos somos professores de português... ou pelo menos todos deveríamos ser.
Por acaso eu até já fui, em tempos que já lá vão, e tenho habilitação própria para leccionar português de 2º Ciclo pois fiz estágio para as duas disciplinas. Ficou-me o tique e a preocupação e este é, sem dúvida, um problema que me preocupa muito... sabes que alguns alunos agora não terminam as palavras e deixam-nas interrompidas? E eu que detesto coisas interrompidas...
Compreender e ser compreendido... nem sempre fácil, não é Elsa?
Temos de falar pelo outro lado...
beijinhos com saudadinhas...

Anabela Magalhães disse...

Ah! Obrigada pela correcção... até que tinha ficado desconfiada... mas depois até tinha a ver...
Link corrigido.
Beijocas

 
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