Largo de São Pedro - São Gonçalo - Amarante
Fotografia de Janela para a Rua
Largo de São Pedro - São Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
É verdade, o Largo de São Pedro não estava bem, transformado em mero parque de estacionamento. Dei notícia disso aqui mesmo neste blogue está agora quase a cumprir-se um ano sobre o arranque das obras que se iniciaram com o corte das árvores e posterior desenraizamento das mesmas.
Agora, vendo a obra que nasce neste chão que também é meu, e que deveria manter-se laico, a simbologia associada a São Pedro esparramada no chão, ostensiva, violenta e agressiva, transformada em chão que irá ser milhentas vezes pisado e conspurcado, à entrada de uma Igreja que sempre foi pacata e discreta, não posso deixar de pensar o que leva os técnicos, por certo competentíssimos, que povoam os organismos e que deveriam zelar pelo nosso património colectivo, a permitirem semelhante atrocidade pimba.
Não entendo. Garanto-vos que não entendo esta necessidade de avanço para o exterior desta simbologia cristã em dimensões avassaladoramente horrendas que ocupam toda a praça tornando-se, assim, omnipresentes.
Desço e subo a rua todos os dias e todos os dias páro, espantada, estupefacta, perante uma harmonia quebrada com uma decoração que só pode encaixar num espírito de novo riquismo e ostentação que não lembraria nem ao diabo.
Ou lembraria?
Nota 1 - Sim, eu sei, nunca serei aquilo a que vulgarmente se chama "um ser politicamente correcto".
Nota 2 - E lamento profundamente que o dinheiro dos meus impostos seja gasto assim, alegremente, na descaracterização de um centro histórico que é uma jóia e que só deveria ser intervencionado com pinças.
Nota 3 - Hoje comemora-se o Dia Nacional dos Centros Históricos.
3 comentários:
Qual a solução que propunha para o local em causa? Acho que ali temos de ter algum estacionamento e um espaço verde.
Não me compete propor soluções para um espaço que é público. Agora, não posso fazer de conta que me agrada o que ali está a nascer. Porque não agrada, mesmo!
Tamanha intervenção teve certamente consultas diversas, quero crer. Se assim não foi estamos perante uma clamorosa usurpação do "direito à cidade"...
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