Pedro Passos Coelho, o Kamicaze do PSD

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Pedro Passos Coelho, o Kamicaze do PSD

Toda a gente já ouviu falar deles, dos Kamicazes que ficaram famosos na 2ª Guerra Mundial, por tristes razões, pilotos da aviação japoneses que cometeram ataques suicidas durante os quais se transformavam em autênticas bombas voadoras a bordo dos seus aviões que, literalmente, fizeram despenhar sobre os navios americanos estacionados na base naval de Pearl Harbor, no Pacífico.

Pois Pedro Passos Coelho, talvez inspirado nestes tristes exemplos, resolveu transformar-se num autêntico Kamicaze português - e não estamos no Carnaval nem nada! - com uma enormesca diferença, no caso até com uma diferença brutal - resolveu atirar-se de cabeça, e carregado de explosivos, contra o próprio PSD, ao sair a terreiro defender o indefensável, ao fazer as declarações que fez, sobre a sua querida ministra das finanças, Maria Luís Albuquerque.

Sim, senhor Pedro Passos Coelho, nós sabemos que a lei existe para vos proteger. Sim, senhor Pedro Passos Coelho, nós sabemos que a lei não foi violada. Sim, senhor Pedro Passos Coelho, nós sabemos que a ética é uma coisa que tem as costas muito largas. Sim, senhor Pedro Passos Coelho, nós sabemos que a ética tem, nas vossas mãos, fronteiras do tipo das chicletes, que esticam e voltam a esticar até aos confins do Universo!

Mas não, senhor Pedro Passos Coelho, os portugueses não são todos esteios. E sim, foi para esteios que o senhor acabou de falar.

"Acho que não devíamos criar casos onde não existe nenhum problema de incompatibilidade, nem nenhum problema de ética. A forma como a questão está a ser usada é para fazer chicana política e acho que devia haver limite para estas coisas"

"Julgo que ela pode sentir-se orgulhosa do seu valor ser reconhecido por uma empresa importante, que atua em mercados externos, e que, normalmente, só recruta gente com prestígio e valor"

"foi uma excelente ministra das Finanças e é uma pessoa com muito nível e categoria".

"Foi convidada para uma empresa que não atua diretamente sequer em Portugal, não negoceia com bancos em Portugal. Há outras empresas que o fazem e o fizeram, mas a doutora Maria Luís Albuquerque não está a trabalhar com essas empresas: está a trabalhar com uma empresa cotada em Londres e não intervêm diretamente no mercado português"

"Entristece-me muito que os que aparecem nestes casos a deitar pedras e a fazer acusações infundadas não pensem bem duas vezes na posição que eles próprios têm e já vimos de tudo: gente que já esteve em governos anteriores, governos regionais? Já vi gente muito ligeira a pronunciar-se sobre matérias sobre as quais elas próprias deviam pensar duas vezes se a posição não legal mas ética que assumiram não seria mais discutível"

"Não há nada na lei que impeça esta matéria, não há do ponto de vista ético nada que se lhe possa apontar. As pessoas estão proibidas um dia, depois de sair do Governo, de poderem trabalhar?"

Maria Luís Albuquerque é "uma pessoa não só com muito prestigio e capacidade, como uma pessoa moralmente muito forte, à qual ninguém apontar qualquer problema de natureza ética ou moral".

"E essa circunstância permite-me dizer que ela está candidatável a qualquer lugar na política portuguesa ou num futuro governo português"