quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A Aposta Portuguesa em Educação


A Aposta Portuguesa em Educação

Ler uma notícia destas, em que se dá conta de uma cada vez maior dificuldade de usufruto de bolsa de estudo no ensino superior, sentida pelos alunos com mais fracos recursos económicos, é ter direito a sentir uma vergonha sem fim. Vergonha dos governantes que assim nos governam, vergonha pelo que representa de sinal dado à sociedade em geral - és mais vulnerável, não consentimos que estudes!
O aperto das regras de acesso a estas bolsas de estudo não está, em alguns casos, errado no seu princípio, mas, quando cruzado com esta crise medonha que nos assola, quando cruzado com as maiores dificuldades económicas sentidas por muitas famílias deste país, quando consciencializada a simultaneidade de corte nas bolsas - foram atribuídas menos 4600 no ano lectivo de 2014/2015 do que no ano lectivo de 2010/2012 - e o agravamento violento das condições de vida sentidas na maior parte dos agregados familiares deste país, daqui resulta um sentimento de náusea impossível de conter. Porque é exactamente numa situação de maiores dificuldades económicas generalizadas que este apoio deveria, no mínimo, permanecer intocado, e até para bem, deveria ser aumentado.
O estado não tem por onde cortar sem ser aqui? Ai tem tem! Mas não quer, eu sei. Em vez disso, escolhe pagar subvenções vitalícias a políticos e não só!... escolhas que, não tenho qualquer dúvida, continuaremos a pagar caro todos os dias das nossas miseráveis vidas de quem permite que o país esteja como está, com os governantes que temos e faça as opções que faz.
Ou seja, em suma, um Estado que assim actua, é um Estado em estado miserável.

É preciso ser duas vezes mais pobre para se ter bolsa de estudo

Nota - Post inicialmente publicado no blogue ComRegras.

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