segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Os Problemas Graves que nos Esperam no E@D Devido à Incompetência de Uma Tutela que Já Perdeu o Respeito de Quase Todos

 


Os Problemas Graves que nos Esperam no E@D Devido à Incompetência de Uma Tutela que Já Perdeu o Respeito de Quase Todos


Inicio este post com uma citação, transcrita no DN, do Arlindo Ferreira, Professor que há muitos anos conheço de inúmeras lutas comuns e que muito admiro por todo o trabalho que tem feito em torno da Educação e dos seus intermináveis problemas. 

Sobre o E@D, que se avizinha a passos largos, depois de quinze dias em que fomos proibidos pela tutela na pessoa do seu dirigente máximo, o ministro da educação, aqui propositadamente escrito com minúscula, afirmou Arlindo Ferreira:

"Vão reviver-se os mesmos problemas e as mesmas frustrações."  

E eu, lamento contradizer o Arlindo, mas não vamos reviver os mesmos problemas e as mesmas frustrações "apenas" porque serão agora, quase um ano passado sobre o arranque do primeiro E@D, infinitamente mais graves. 

Vejamos um real caso, de uma real turma minha, que eu conheço quase como as minhas mãos.

Família constituída por pais e três filhos, possuem um computador.

O filho mais velho está no ensino superior, tem aulas à distância em horário previamente marcado e, para além desse horário, tem horas e horas de trabalho autónomo no dito cujo.

Os dois mais novitos vão ter, cada um deles, um horário fixo que cumprirá obrigatoriamente 75% das aulas que teriam no regime de escola presencial.

Ora, no primeiro E@D, os horários foram sendo acertados caso a caso, turma a turma, grupo a grupo, muito foi mesmo trabalho autónomo dos alunos que o realizavam quando podiam, queriam ou o que fosse e que nós seguíamos dando feedback constante. Isto passou-se no meu agrupamento, onde as aulas foram predominantemente assíncronas mas em que também tivemos aulas síncronas e tudo correu pelo melhor já que, como nem tutela nem município nos cederam nem um computador para fornecer aos que ficariam completamente desligados da escola por falta de meios, nós, agrupamento, cedemos os computadores portáteis da sala do futuro, mais os fixos da sala de TIC e até chegamos aos fixos que foram  desmontados das secretárias dos professores, sala de aula a sala de aula. E lá conseguimos articular tudo bastante bem e alunos desaparecido do nosso radar devem contar-se pelos dedos de uma mão em todo o agrupamento.

Com horários fixos de 75% de aulas síncronas a falta de computadores será elevada a não sei quantos porque cada aluno, em princípio, precisará do seu computador e, já agora, de uma divisão da sala só para si... ou às tantas as casas transformam-se em autênticos manicómios.

Estão a ver o nó cego que aqui está arranjado pela incúria, incompetência, desleixo e eu nem sei bem mais o quê, deste governo que prometeu a todo um país, na pessoa do primeiro-ministro, ter tudo pronto em Setembro... de 2020?

Como diz o Paulo Guinote, vão-se catar!

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