Créditos fotográficos - UNICEF
Partilho a visão sucinta desta crise. E, confesso, prefiro estar do lado dos que correm o risco em acolher refugiados do que do lado dos que fecham as portas e erguem muros fingindo não ver que eles existem.
E se fôssemos nós? Quereríamos encontrar muros e portas fechadas?
Entretanto, convém não esquecer que nós, europeus, habitamos o exacto continente que espalhou gente a torto e a direito pelo mundo. A bem, ou mesmo a mal... veja-se o caso das populações indígenas americanas, remetidas para canto, ainda hoje. Ou seja, agora não será diferente. Os novos fluxos acontecerão e não haverá muro, muralha, rio, mar ou oceano que trave o Homem nesta demanda pela Vida. Ou mesmo nesta demanda "apenas" por uma vida melhor.
E, se recuarmos ainda mais no tempo, chegámos ao continente africano, o berço de toda a humanidade donde todos nós somos originários e do qual saímos, em condições infinitamente mais difíceis e penosas, sem telemóveis nem iPads... vejam só! rumo ao completo desconhecido. E povoámos todos os continentes existentes na Terra, sem excepção. E se hoje pudéssemos ver o filme desse êxodo... por certo soltaríamos exclamações de "Como foi isto possível?!" "Quantas privações!" "Quanta dor!" "Quantas dificuldades!" "Quantas mortes!"... e, no entanto, este foi um êxodo de
êxito. E cada um de nós é a prova desse empreendimento bem sucedido.
Porque, independentemente da cor, da altura, da cultura, da religião... todos pertencemos à ordem dos Primatas, família dos Hominídeos, ao genial género Homo, à genialíssima espécie sapiens sapiens.
E saberemos sair desta crise. Como saímos de outras antes desta.
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