Afinal Donde Vem a Confusão Sobre o Encerramento das Escolas a Partir do Próximo Dia 16 de Março?

Afinal Donde Vem a Confusão Sobre o Encerramento das Escolas a Partir do Próximo Dia 16 de Março?

Pois vem, em primeiro lugar, do próprio governo e, a seguir, do próprio ministro da Educação

• 1.ª confusão lançada - O comunicado do Conselho de Ministros indica como data de encerramento das escolas o dia 12 de Março. - Comentário meu... sim, esteve para ser. Mas não foi. A data correcta é o dia 16 de Março.
• 2.ª confusão lançada - Depois de voltar a frisar que as actividades lectivas e não lectivas estão interrompidas, a partir do minuto 44:40 e relativo ao pessoal docente e não docente afirma que este pessoal não está de férias, o que está certo, mas depois afirma e passo a citar "(...) quanto ao trabalho dos professores, obviamente, e como disse agora o senhor ministro da economia, o trabalho pode naturalmente ser ajustado, os alunos não estão nas escolas, os professores, os não docentes das nossas escolas estão também a trabalhar... e todos nós estaremos no nosso local de trabalho e nesse sentido é importante também entender que existem mecanismos que estão também nestes normativos que nos permitem o teletrabalho, que nos permitem que outras formas de trabalho e de relação laboral possam ser estabelecidas." - Não, não estaremos todos no nosso local de trabalho, senhor ministro. As escolas foram encerradas pelo governo de que vossa excelência faz parte. Por isso aqui lhes deixo um conselho, se mo permitem - Aproveitem para retirar todo amianto dos espaços escolares e mandem equipas de limpeza devidamente protegidas para desinfectarem esses espaços de uma ponta a outra.
• 3.ª confusão lançada - E ia a conferência em uma hora e dez minutos e o senhor ministro da educação inicia um discurso confuso relativamente ao trabalho dos professores. Escutem-no. Não há nada como escutar. E o senhor ministro da educação fala do trabalho remoto mas depois, a partir do minuto 11:24 afirma que as escolas têm uma área considerável, vão estar sem alunos e que os professores podem ir para lá trabalhar com distanciamento social e em segurança. - Ó valham-me os deuses todos!!! E uns deslocam-se de Felgueiras e outros de Lousada e outros daqui mesmo de Amarante e sabemos lá nós!!!! aumentando o risco de uma contaminação dos espaços que se pode talvez até efectivar de forma assintomática?! 

Ora, desta confusão nas afirmações do senhor ministro... tunga!  Eis as redes sociais de professores entraram em ebulição. Sim, lia-se, temos de marcar presença nas escolas no dia 16!

Calma!

De facto, o ministro não foi feliz, andando para trás e para a frente, ora dizendo uma coisa, ora dizendo o seu contrário relativamente a esta questão.

Esqueçam. Ninguém vai marcar presença, física, às escolas, na segunda-feira, e pelo menos durante o período durante o qual foi decretado o seu encerramento, aumentando as mobilidades e as interacções, aumentando os riscos de contaminação nesta hora séria que vivemos!

Estejam atentos à informação oficial. Ela vai chegar via e-mail institucional. Não conta o diz que disse e o diz que foi. 

E relativamente ao teletrabalho, se eu estou preparada para ele, tenho as minhas turmas virtuais criadas no classroom, mas é bem certo que nem todos os meus alunos possuem pc, internet ou telemóvel xpto e sei bem que eles deixarão de ter o apoio da biblioteca e das suas ferramentas para qualquer trabalho que poderia ser feito à distância com equidade, sem deixar alunos para trás.

Assim, calma! Teremos todos muito tempo para nos inteirarmos das directrizes. Uma coisa é certa - hoje encerramos nós e outros, amanhã encerrará, quase por inteiro, o país... e grande parte do mundo.

Nota 1 - O ministro, é certo, contribuiu para a confusão. Mas outros aumentaram-na de seguida. Calma! Agora não é a hora de cavalgar ondas. É hora de contenção. Muita verbal.