Quarentena na Aldeia - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Uma pessoa a arranjar uma campa no cemitério. Cães à solta ou presos junto às poucas casas existentes. Levadas com água fresquinha a saltar. Tanque comunitário e moinhos também. Cortes abertas que o gado já saiu para as pastagens. A eira onde já assisti a gravações da chula em tempos que já lá vão. Espigas de milho nos espigueiros. A minha escolinha do tempo em que eu subia a serra no meu Fiat 600 em milésima mão, à noite, por estrada de terra batida, para ensinar adultos e adolescentes que não desciam à cidade por isto ou por aquilo… algumas raparigas porque os pais não as deixavam prosseguir os estudos por terem de ir para a cidade, a partir do 5.º ano de escolaridade... exactamente por serem raparigas.
Por estes dias de quarentena forçada há quem passeie os filhos, os netos, os cães… para mim, hoje, foi dia de passear o meu pai, à distância, sem me lembrar que era o dia dele...
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