Quem me conhece sabe bem que não tenho religião, não pertenço a nenhum clube desportivo, não tenho partido político e que me orgulho de me ver como um espírito solto, tanto quanto se pode ser um espírito solto nos dias que correm!, não dependente de pálios protectores e amarfanhadores do livre pensamento.
Assim, não tendo eu qualquer simpatia pela generalidade das políticas emanadas por este poder central coligado, particularmente no domínio da Educação, mas também nas políticas de esbulho a toda uma classe média deixada de tanga e por aí adiante... não posso deixar de referir que, a nível local, e a minha autarquia é governada por uma coligação que tem correspondência nos partidos políticos que nos governam, sinto orgulho no facto da Câmara Municipal de Amarante estar na linha da frente na disponibilidade de proceder ao acolhimento de refugiados.
Evidentemente, ninguém pode assegurar neste momento quem virá para Portugal, para Amarante. Serão famílias inteiras? Serão mais homens? Mais mulheres? Mais crianças? Uma coisa parecemos saber já, serão sempre para cima de cinco mil pessoas, o que, convenhamos, numa população de dez milhões, será sempre um número insignificante, uma gota no oceano das necessidades desta gente. E se o número é irrelevante entre os milhões que são referenciados diariamente que já procuraram ou estão a procurar refúgio, devemos ter a noção clara que, para cada criança, adulto, família, este acolhimento, que se quer afectuoso e respeitador das diferenças que poderão existir entre nós, será marcante para cada indivíduo, para cada família. Sei também que as instituições locais que se dedicam aos anos! a ajudar quem mais precisa também saberão estar à altura dos desafios, enormes, que por estes dias vivemos.
Talvez estejamos num ponto de viragem para qualquer coisa/vida melhor, menos centrada no Ter, mais centrada no Ser... não sei. Sei é que, e sei-o por experiência própria, que os problemas resolvem-se encarando-os de frente, resolvendo-os um a um à medida que vão surgindo e que, se os deixamos avolumarem-se, corremos sérios riscos de soçobrarmos com eles.
Pela parte que me toca, obrigada CMA. Agradeço mais esta posição firme e digna na defesa dos Direitos Humanos do que todas as festas e concertos promovidos pela autarquia... e eu até sou uma consumidora de festas locais e concertos...
Por último, deixo um apelo que é um desejo: Saibamos acolher os refugiados em/com dignidade.
Nota - Depois deste post escrito continuo a não apoiar qualquer força partidária nas próximas legislativas... e, por isso, escusam de inventar.
Tenho dito.
E vão-se informando aqui e aqui com a certeza de estarem a ler informações credíveis.
Tenho dito.
1 comentário:
Concordo consigo, dignidade e respeito por todos os seres humanos. Obrigada pelo seu belo texto.
Isabel Maguiar
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