Hoje volto aqui, a esta vergonha vergonhosa passada numa Europa que, um dia, deu lições ao Mundo. Hoje volto a frisar o meu orgulho europeu estilhaçado, feito num oito e já jorrado numa qualquer valeta. A Europa, seja lá o que isso for, não podia ter deixado que isto acontecesse no seu solo, no coração da Europa. Não podia. A complacência de muitos decisores políticos dá-me vómitos.
"Europol avisa que redes mafiosas podem andar a explorar crianças refugiadas. Repetição do pós-guerra dos Balcãs em que muitos grupos vieram para o sul da Europa.
Trabalho escravo, exploração sexual e mendicidade. Será para estes fins que estarão a ser usadas 10 mil crianças refugiadas, de países como a Síria ou a Eritreia, que desapareceram assim que chegaram à Europa. Vinham sozinhas, sem acompanhamento de adultos, e poderão ter sido presas fáceis para as redes de traficantes que raptam menores."
Um dia escrevi neste blogue
Tenho orgulho em pertencer à cultura ocidental, herdeira de muitos cruzamentos entre o Ocidente e o Oriente, entre o Sul e o Norte, cultura que produziu este texto, um dos textos mais maravilhosos jamais gerados pelo Homem, ponto superior de civilização... no papel. Os Homens que o pensaram, gigantescos humanistas, não o pensaram, de forma egoísta só para si próprios e escreveram um texto directo, incisivo, marcante, simples, justo e de fácil compreensão. Chamaram-lheDeclaração Universal dos Direitos Humanos. E cheira-me que foi de propósito.
Pois a minha decepção, face a um Mediterrâneo transformado em cemitério colectivo e a um continente que não se entende e permite indignidades sem fim, contrariando Declaração Universal dos Direitos Humanos, constituições, legislações e estatutos para tudo e mais alguma coisa, não podia ser maior.
O EI, por estes lados, já ganhou. E nem precisou de soldados.
Como é que nós ensinamos isto nas escolas?
10 mil crianças desaparecidas. Portugal na rota do tráfico
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