quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Correcção de Portefólios

Portefólios de História - Trabalho E.B 2/3 de Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Correcção de Portefólios

Procuro corrigi-los de fio a pavio. É, aliás, uma imagem de marca minha, a minha deslocação de casa para a Escola, da Escola para casa e mesmo dentro da Escola, adornada de uma molhada de portefólios permanentemente em trânsito. Às vezes os portefólios dos meus alunos acompanham-me para o café e fazem-me companhia durante uma manhã, passada numa esplanada do centro da cidade, se o tempo estiver de feição. Para uma pessoa hiperactiva como eu, nada melhor do que trabalhar com a sensação... sei lá... que estou a apanhar banhos de sol num qualquer país a Sul plantado.
São estratégias minhas para tornar o meu trabalho mais leve leve... sendo que este é extraordinariamente pesado. Extraordinariamente pesado. Este ano tenho seis turmas, mas já até tive mais em anos anteriores... estou-me a lembrar particularmente de um ano muito duro, feito de cinco turmas de CEF, mais duas e mais uma direcção de turma do CEF mais complicado que tive nesse ano.
Mas depois os miúdos são tão pequenos ainda no sétimo anos e dão, por vezes, tantos mas tantos erros que até dói! E alguns escrevem um português sem cabeça, tronco e membros num caos absolutamente ilegível que é necessário ajudar a arrumar... e toca de corrigir tudo, se possível tudinho numa tentativa de os ajudar a progredir nesta nossa língua tão bela.
Já faço este trabalho há muitos muitos anos. Constato que, no geral, os portefólios mais bonitos, mais organizados, mais asseados, mais tudo... são propriedade de raparigas. Provavelmente terá também a ver com a genética... mas, será só isso?

Escrevi eu em 2011:

Por ter a consciência da importância da Língua Portuguesa e das debilidades sentidas pelos alunos neste domínio, quando estes me chegam à sala de aula no 7º ano de escolaridade, qual o papel que escolhi para mim, enquanto professora de História e de Língua Portuguesa?Ficar somente a barafustar com os meus alunos porque os erros ortográficos assim e as construções frásicas assado e ai meus deuses, ai meus deuses que isto é inacreditável!? Pois, também barafusto, mas, para além disso, exijo-lhes um português escorreito, frases completas nos exercícios e nos testes, portefólios, que já foram cadernos em tempos que já lá vão, ordenados e que são vistoriados por mim, de quando em vez, exaustivamente, fazendo a sinalização dos erros ortográficos que os alunos têm de corrigir dez vezes, das faltas de acentos, que os alunos têm de corrigir cinco vezes e a mesma coisa para os sumários inventados e que não correspondem minimamente ao que eu ditei e que, por vezes, me deixam verdadeiramente estupefacta perante a criatividade das criaturas.

Mantenho.

E sobre esta novela minha podem clicar aqui a terão acesso a uma infinidade de posts aqui escritos por certo desde 2007, ano de abertura deste blogue.

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