domingo, 13 de novembro de 2016

O Escarro na/da Ínsua dos Frades

O Escarro na/da Ínsua dos Frades - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

O Escarro na/da Ínsua dos Frades

Podia-lhe chamar ferida aberta, podia escrever que é coisa que está menos bem mas que, enfim, talvez um dia, quiçá!, até pode ser que este verdadeiro escarro, agora sem os pindéricos passadiços do Tâmega, fique disfarçado. Mas eu não tenho medo das palavras ditas e muito menos das palavras escritas, muito fruto dos muitos milhares de quilómetros que levo a tarimbar por aqui, nesta casa que é minha e que eu abro aos meus leitores, por vezes entreabrindo as janelas, por vezes escancarando-as de par em par, sempre de acordo com os meus apetites... que eu nem tenho apetites muito estranhos: gosto de ordem, de equilíbrio, de educação, de respeito, de honestidade, de organização, prefiro qualidade em detrimento de quantidade, gosto da crítica que ajuda ao progresso... mesmo quando nos faz engolir em seco, gosto de renovação, de resistência, de arrojo, de luta, gosto de correr riscos desbravando caminhos, gosto de fazer os meus caminhos, sou muito sensível à luz e às cores... e aos escarros também... porque os abomino, enfim,  nada de muito especial.
Este é O Escarro na/da Ínsua dos Frades. Aquele que eu gostaria de não ter captado hoje com a minha atenta lente da máquina fotográfica, agora que os pindéricos passadiços levaram sumiço.
Não confundo as coisas e as artes políticas não fazem de todo o meu género. O meu pensamento é tão livre quanto o bater de asas de uma garça, de um pato bravo... fora da altura da caça! Não tenho amarras nem tão pouco constrangimentos partidários, nem religiosos, nem de espécie alguma. É-me indiferente se o poder político local é x ou é y, querendo eu apenas que tratem bem da minha cidade. Se fazem bem, não tenho problemas em dar-lhes os meus parabéns, se fazem mal... pois, é uma chatice... uma verdadeira chatice...
Esta intervenção que aqui foi feita na zona do arranque dos pindéricos passadiços, antes da verdadeira Intervenção realizada sob a supervisão do professor Pedro Teiga, está um nojo desde a nascença, resultou num nojo porque o que nasce um nojo, dificilmente se endireita, já diz a sabedoria popular... para mim, claro está, mas eu até estou aberta a aceitar que me venham aqui contradizer afirmando que isto é a verdadeira essência da beleza e harmonia paisagística aberta nas margens do Tâmega, que esta parte da Ínsua e a margem direita em frente nunca estiveram tão lindas, tão belas e que a intervenção aqui feita foi fruto de um extremo cuidado e respeito pelo local, somente um dos mais delicados de todos os existentes aqui no concelho de Amarante.
Se isto é fazer oposição ao poder local agora instalado no Município? Não, não é. É apenas o exercício de um direito do qual não prescindo - Liberdade de pensar pela minha cabeça, sem amarras ou cabrestos.

Nota - Depois das cheias, e espero sinceramente que não sejam bravas!, voltarei a visitar/fotografar esta pérola do que não deve ser uma intervenção em zona tão sensível. Espero, sinceramente, que os danos não sejam demasiado danosos e que a força da água, brutal durante as cheias, não resolva fazer uma limpeza ainda mais drástica a estes solos periclitantes.

Sem comentários:

 
Creative Commons License This Creative Commons Works 2.5 Portugal License.