Encerrem as Escolas, Porra!
Em dia em que as vozes já clamam praticamente em uníssono exigindo o imediato fecho das escolas, face à situação inacreditável a que já chegamos, recordo que o primeiro ministro deste desgraçado país continua em negação.
A História deste momento trágico vai-se fazer mais tarde e vai ficar para todo o sempre a memória de um primeiro ministro, um ministro da educação, uma ministra da saúde e um presidente da república, para além de todos os outros, que nos trouxeram aqui, a este exacto ponto de uma infelicidade inacreditável, em que nos encontramos.
Nós, portugueses, não somos decisores políticos. Dos políticos esperamos medidas à altura do momento, por mais complicado que ele seja e bem sei que o é. Mas dos políticos, espera-se, principalmente em momentos trágicos, que estejam à altura e sejam os nossos faróis a orientar-nos
Ontem falava aos meus alunos que eles e eu, todos nós, vamos ver, nos próximos dias, imagens a entrar-nos pelas nossas casas dentro, através da televisão, que até aqui julgávamos inimagináveis, excepto se sofrêssemos as consequências de uma guerra ou uma qualquer catástrofe particularmente catastrófica. Tenho quase 60 anos... imaginava ser poupada a este tsunami que consome por dentro Homens e Mulheres que labutam muito para além dos seus horários, por certo em enorme sofrimento psicológico e físico também... e que podia, e devia!, ser evitado, não fora a teimosia obstinada de um primeiro-ministro e de um ministro da educação incompetentes porque, decididamente, não estão à altura do cargo que ocupam.
E recordo o que escrevi no passado dia dia 7 de Janeiro, em post intitulado "Covid-19 - A Narrativa Oficial"
E a narrativa oficial que foi sendo construída desde Setembro, passo a passo, paulatinamente, decorrente da pouquíssima testagem entre a população que habita as escolas, dá já frutos num esgrimir de argumentos bacocos: “Não foi pelas escolas que chegámos a esta situação”. Directores aplaudem confinamento sem fecho de escolas.
Só que foi, só que também foi. Foi pelas escolas, pelos transportes públicos, pelos cafés, pelas ruas e pelas praças, pelas casas das pessoas, pelos locais de trabalho mais variados... e por tudo o mais que acarreta contacto social, terreno aproveitado exemplarmente pelo SARS-CoV-2 para se propagar.
Com sintomas ou sem eles, a COVID-19 circula entre nós, não detectada pela falta de testagem preventiva ou mesmo já reactiva a um ou outro caso que, por este ou aquele motivo, é apanhado na rede, ajudando a engrossar o tsunami de doença declarada e por declarar sendo para mim muito claro que os números avassaladores que vamos conhecendo ficarão sempre aquém da realidade nua e crua dos números reais que, provavelmente, nunca conheceremos.
Mas a sério que acreditam que as escolas portuguesas são um reduto securitário relativamente à propagação da doença?!!
Ora porra! Sugiro então que organizem as actividades todas à imagem e semelhança da maioria das escolas portuguesas e coloquem 20 ou 30 pessoas dentro de salas com 30 ou 40 metros quadrados, encostadinhas duas a duas em muitos casos, dêem-lhes máscaras comunitárias... e esperem por milagres.... sim?
Nota - Estamos agora nas mãos do SARS-CoV-2 e à sua mercê. E temo bem que, pela inacção assertiva e atempada de quem tem responsabilidades governativas neste país, acabemos de novo confinados... e espantados com as imagens que receberemos da tragédia que acometerá os hospitais portugueses.
Mas pode ser que eu me engane... oxalá!
Recordo ainda o post escrito em 21 de Novembro de 2020, intitulado Narrativa Ficcional Construída para Burro Ver
Como acreditar em números destes se me encontro a viver em concelho pintado a vermelho rubro, do mais rubro que pode existir em termos de todo o país no que a COVID-19 diz respeito... e se só a nível local os surtos em escolas de que tenho conhecimento são mais do que três?
Mas alguém no seu perfeito juízo considera isto sério?!
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