Pandemia - Foi Você que Pediu 15 Dias de Paragem Lectiva?
Apanhada de surpresa com a comunicação de um primeiro ministro e um ministro da educação à deriva, infelizmente os do meu país, que me impedem durante os próximos 15 dias de prosseguir qualquer trabalho com os meus alunos, arrisco pensar, num misto de incredulidade e estupefacção, que se passa qualquer coisa de grave dentro das suas cabeças.
Para que é que os professores, nas escolas, estiveram com a trabalheira de preparar uma escola a três modalidades, a saber, uma totalmente presencial, uma mista e uma à distância, se o governo tirou agora uma quarta da cartola e que é "Pára tudo", mas Pára tudo mesmo!!!, durante quinze dias?
Não entendo. A não ser para que não lhes estoure nas mãos a bombástica informação que já parece começar a furar o bloqueio informativo e que é o facto de, em muitos agrupamentos - o meu - ou escolas não agrupadas deste país, estarmos exactamente no ponto em que estávamos em Março de 2020 em termos de novas tecnologias.
Só que, nos entrentantos e mais uma vez, esqueceram-se dos que estão em semestralidade.
Vamos imaginar que voltamos às aulas ao fim destes 15 dias - presenciais, esqueçam!, - isso quererá dizer que eu volto às aulas com os alunos apenas para uma semana antes da paragem para as reuniões de avaliação, onde me será impossível operacionalizar o trabalho já delineado no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular, alinhavado já entre nós - alunos e docentes - e terminar os programas, coisa que faria, nas calmas, se o meu patrão não me tivesse dado ordens expressas para não trabalhar durante os próximos 15 dias com os meus alunos. Na minha disciplina, quinze dias sem aulas representam 10 tempos de 50 minutos cada um, 500 minutos no total o que é deveras significativo.
De notar que, sendo a minha disciplina de História semestral, farei as avaliações finais dos alunos durante a semana de 15 a 19 de Fevereiro... mas a minha tutela quer lá saber disto para alguma coisa!!!!
Mais uma vez, actuam sem qualquer respeito pelos alunos, professores, comunidades educativas. Sem vislumbrarmos a dita e prometida capacitação tecnológica não sei o quê das Escolas do Século XXI, faríamos exactamente o que foi feito em Março que até computadores fixos fomos buscar às salas de aulas do meu agrupamento que foram colocados nas casas dos nossos alunos com acesso à rede para não deixar ninguém para trás!
E depois, têm a desfaçatez de encherem a boca com os pobrezinhos para a frente e para trás!
Ou seja, somos governados por incompetentes que nos prejudicam a todos por não terem feito o trabalho de casa que, sublinho, foi marcado por eles a eles próprios!
Aldrabões! Cobardes!
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