sexta-feira, 20 de março de 2009
Amarante Antiga
Amarante Antiga
A Dona Lilinha Branco, personalidade sobejamente conhecida aqui no burgo, guarda com carinho esta fotografia que nos dá a conhecer uma perspectiva de Amarante por muitos amarantinos desconhecida.
O edifício que se vê em frente, e que divide a Rua Cândido dos Reis da Rua Teixeira de Vasconcelos, já não existe. Esse e outros edifícios foram demolidos aquando da construção do Edifício dos Correios, bem no coração da nossa cidade.
Esse edifício albergou no rés-do-chão a famosa Confeitaria Branco, de José Martins Branco, pai da Dona Lilinha, confeitaria esta das mais antigas de Amarante e que surgiu depois da Confeitaria Alcino dos Reis, depois Casa das Lérias, e muito antes da inesquecível Confeitaria Lailai.
A Dona Lilinha, senhora com os seus noventa e tais anos, que ninguém lhos dá!, é um poço de informação sobre uma Amarante anterior ao nascimento do meu pai e por isso, e também por inúmeras outras coisas, conversamos, amiúde, no Café Bar.
Foi o que aconteceu na passada quarta-feira, com o Pedro Barros a puxar-lhe pela memória.
Hoje enviou-me esta fotografia, com bilhete de ida e volta, para eu digitalizar e enviar ao Pedro Barros com um esclarecimento.
Depois do edifício que pertenceu ao seu pai, e já na Rua Cândido dos Reis, existia uma quelha, a Quelha da Srª Marquinhas, que ligava esta rua à Rua Teixeira de Vasconcelos e depois existia novo edifício. Ora foi neste último edifício que se instalou Alcino dos Reis, com a sua Confeitaria Alcino dos Reis segundo relato da Dona Lilinha, em época anterior à da abertura da Confeitaria Branco.
Todos estes edifícios permanecem na memória dos que os conheceram e são-nos dados a conhecer a nós, os mais novos, pelas fotografias antigas que alguns guardam religiosamente.
É o caso da fotografia que hoje divulgo e que tem um significado imenso para esta senhora que aí habitou e que fala deste espaço com uma saudade e carinho incomensurável.
Obrigada, Dona Lilinha, por ser uma pessoa de uma simpatia e gentileza a toda a prova.
Pedro, leva a fotografia para onde quiseres que ela também já é tua.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Obrigado, Anabela. Fiquei felicíssimo por ter conehcido pessoalmente a D. Lili Branco, uma personagem adorável e tão jovial como o Manoel de Oliveira. Espero que nos possa dar muitos relatos dos seus 91 anos(!!) que atravessam várias gerações de amarantinos.
Quanto à foto, acontece que já a publiquei. Mas é sempre bom vê-la. Quanto ao Alcino dos Reis, bem, ao que sei, e não é muito, nos anos 1910/1915 era a Casa de especialidades d'Amarante de Alcino dos Reis, nos anos 20 e 30 surge a referência a Casa das Lérias e nos anos 40 estabiliza como Casa das Lérias Confeitaria Amarantina de Alcino dos Reis (podes ver no folheto do famoso acórdão das freiras e dos canos. Quanto à localização, já publiquei um postal dos anos 30 em que se vê que a Casa das Lérias já funcionava no local da antiga Confeitaria JM Branco. No edifício do lado esquerdo com esplanada e trerraço (onde parávamos na nossa juventude) só por meados de 1940. Foi bom recordar estas coisas.
Enviar um comentário