Já abordei inúmeras vezes neste blogue a problemática do envelhecimento do corpo docente português e os problemas que decorrem do facto de termos salas de professores a cada ano mais envelhecidas. Por um lado, para nós que aí habitamos quotidianamente, pessoal dos quadros já vinculado às escolas e agrupamentos, torna-se desde logo um bocado deprimente ver que quem chega de novo tem muito perto de 40 anos de idade, ou até ultrapassa esta barreira, sendo raríssimo encontrar alguém que chega com idade abaixo do 30 anos. É com profunda tristeza que constato que professor com idade abaixo dos 30 é cada vez mais espécime em vias de extinção aqui neste maltratado rectângulo.
Ora, deste facto, decorre que a passagem de testemunho, que antes se fazia de uma forma natural e não sobressaltada, é/será feita agora de forma abrupta e solavancada para não dizer mesmo à martelada. Por outro lado a plasticidade, a dinâmica e a capacidade de adaptação, até mesmo o optimismo, de um corpo docente envelhecido não são os mesmos se a média etária desta classe profissional se situa pelos 30, pelos 40 ou pelos 50... um dia destes rondará os 60 anos em Portugal se os políticos que nos governam não tomarem medidas drásticas que possibilitem o rejuvenescimento desta classe que lida, no seu dia-a-dia, paradoxalmente, com os mais jovens, ou seja, que lida com o futuro da Nação. E depois, quem chega é suposto trazer novas visões e estratégias e se quem chega vai trazendo mais do mesmo... pois, estamos conversados.
Acrescento que também não me parece ser perspectiva muito agradável, do ponto de vista dos alunos, verem chegar, sistematicamente, às suas salas de aula, professores com idade suficiente para serem seus avós. E acrescento ainda que também para mim não é perspectiva minimamente atractiva poder pensar numa situação futura em que chego à sala de aula e escuto uns ecos de "Lá vem mais uma velha!"
Por último, uma nota de esperança - estou plenamente convencida que, num futuro não muito distante, a situação vai ser de tal modo escandalosa a nível europeu que os nossos políticos vão ser mesmo obrigados a tomar medidas drásticas para se verem livres de um tão gigantesco número de professores velhos. E quem diz professores velhos... diz professoras velhas.
Arre! Precisa-se e já de juventude nas salas de professores!
Precisa-se de juventude nas salas de professores
Sem comentários:
Enviar um comentário