Amarante e os Passadiços - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Hoje dou a palavra a Fernando Matos Rodrigues, antropólogo, investigador na Fundação para a Ciência e a Tecnologia -FCT; director e fundador do Laboratório de Habitação Básica e Coordenador do Programa de Renovação/Reabilitação da Ilha da Bela Vista e do Riobom, Fontainhas; investigador do Centro de Investigação em Ciências Sociais. NOVA, Universidade do Minho; director da revista Ruralia (1987-1994), por acaso um técnico mais do que qualificado e não por acaso de ascendência amarantina.
Porque a romaria desatada, com o acesso completamente franqueado à Ínsua, já começou. O que, na prática, dá resposta a um dos meus medos.
Hoje de tarde, numa maravilhosa tarde de sol esplendoroso, era ver pessoas às centenas cruzando-se de um lado para o outro atravessando os passadiços pindéricos.
Estou preocupada. Muito preocupada.
A invasão massiva de pessoas num espaço sensível em termos físicos, ambientais e ecológicos conduz de forma irremediável à sua destruição. Abrir acessibilidades a nichos ambientais como a Ínsua é um crime contra o património local. Só a ignorância e a mediocridade política colocam uma plataforma aberta e de fácil acesso a um habitat desta sensibilidade ecológica.
Os Poderes Locais estão sem agenda local 21 para a Defesa e a Promoção do Ambiente e da Biodiversidade. A Ínsua dos Frades devia aparecer no PDM de Amarante como nicho ambiental a conservar e a proteger da intervenção humana.
O Tâmega é um corredor ecológico urbano de grande complexidade e de grande sensibilidade ambiental. Não pode ser sujeito a esta carga de engenharia nem de presença humana.
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