Óculo - Praia de Nouakchott - Mauritânia
Fotografia de Artur Matias de MagalhãesDesmentindo David Justino Sobre o "Inconseguimento" dos Professores
Em 2015, mais concretamente em Maio, David Justino fez uma série de afirmações com as quais eu concordo. Mas também fez uma que eu desminto, agora, categoricamente, e que deixa ficar mal os professores na sua generalidade.
David Justino afirmou que "Ninguém consegue controlar uma turma de 25 alunos, durante uma hora e meia".
Ora esta afirmação não corresponde à verdade. Eu consigo. Ao longo da minha carreira consegui-o em quase todas as aulas desde que os 90 minutos foram implementados. E não fui só eu. Na minha Escola, a E. B. 2/3 de Amarante, muitos outros o conseguiram. Fora dela também. Eu própria tive as minhas aulas observadas, aquando da Avaliação "Doente", em aulas de 90 minutos, e somente numa das turmas mais complicadas da minha Escola, em aulas de um Curso de Educação e Formação (CEF)... sendo que o meu restante horário era composto de turmas do ensino regular. E tudo correu como era costume, tranquilamente, porque o contrário sempre foi a excepção.
O facto de eu desmentir David Justino neste particular, não quer dizer que eu ache pedagogicamente correcto que um/a miúdo/a de 10, 11, 12, 13, 14, 15 anos frequente aulas de 90 minutos. Não acho. Mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. E fico eu aqui a pensar com os meus botões... será que David Justino pensa que as salas de aula deste país foram/são, na generalidade, uma balda? Uma rebaldaria sem controlo? Uma bagunçada onde tudo se pôde/pode passar? Que as salas de aulas portuguesas estiveram entregues aos bichos?
Refuto por completo esta ideia não deixando de ter a consciência que também as há. Mas com a certeza que uma árvore nunca fará uma floresta. E que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. E arrogo-me neste direito. Porque estou por dentro. Sou Professora. Conheço a minha sala de aula. Conheci e conheço, ao longo da minha já longa carreira como docente, muitas outras que ficaram à minha esquerda e à minha direita. E sei que, na maioria dos casos, a Escola Portuguesa não esteve, não está, abastardada.
Mania de malharem nos Professores! Desde aquela ministra que eu me recuso a nomear, parecemos bombos da festa... até nas entrelinhas...
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