sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Amarante de Ontem / Amarante de Hoje


S. Gonçalo - Amarante - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Amarante de Ontem / Amarante de Hoje

Missiva do meu pai para o Pedro Barros Pereira despoletada pelo post: http://dasmargensdorio.blogspot.com/2009/01/amarante-centro-historico-anos-30.html
Foi com grande satisfação que vi o seu post no blogue "Das Margens do Rio", pelo que lhe agradeço imenso ter-me feito lembrar passos vividos da minha infância, no Largo de Santa Clara e no Largo de S. Gonçalo.
No postal reconheço perfeitamente as traseiras da casa onde nasci, por trás da torre da Igreja de S. Gonçalo, que tinha uma janela e uma porta que abriam para uma varanda que corria ao longo da casa.
No Largo de S. Gonçalo, os carros, os "calças arregaçadas", três deles do meu pai e dos meus tios.
O café, que à época ocupava apenas duas portas, sendo que as três primeiras, a contar da esquerda para a direita, pertenciam à mercearia do Sr Cardoso, que se projectava para a Rua 5 de Outubro, ocupando as 5 portas até às escadas do Club Amarantino. A seguir ao café há mais três portas. A primeira pertencia a uma loja do meu pai e dos meus tios onde se vendia óleos para os carros. As duas últimas, à direita, eram da Dª Aninhas, mãe do Arturinho de Mancelos e das três irmãs.
Por trás da Igreja vê-se o antigo Caminho de Entre Muros que saía do Largo de Santa Clara e seguia em direcção à casa da Camilinha da Vinha, hoje Casa da Vinha, pertença do Nuno Baptista. O caminho seguia depois para o Sr Lima, irmão do Coronel Carvalho Lima e das meninas Lima e continuava até ao Penedo da Rainha, na margem direita do Tâmega, em frente às Veiguinhas, Madalena.
Tenho muito boas recordações de todos estes lugares, e não posso deixar passar em claro o Quiosque de S. Gonçalo, que foi destruído aquando do recente arranjo do Largo de S. Gonçalo.
Estive presente aquando da sua demolição. Uma máquina escavadora levantou o Quiosque intacto e foi com grande espanto que assisti à sua destruição, ali mesmo, sem que alguém da Câmara Municipal de Amarante estivesse presente para que se pudesse preservar esse ex-libris do Largo de S. Gonçalo. Jaz enterrado no mesmo local, depois de transformado em entulho.
Estou-lhe imensamente grato por me ter facultado a observação deste postal.
O amigo ao dispor

José Queirós

3 comentários:

Anabela Magalhães disse...

Aqui tens a missiva do meu pai, Pedro, que como já te disse ficou todo entusiasmado a olhar para o teu postal.
A fotografia foi a que consegui arranjar, de entre o meu stock, de um ângulo o mais coincidente possível com o do postal. E de facto há algumas diferenças... enfim, podia ser pior!
Beijinhos e obrigada

PB Pereira disse...

Obrigao Sr Queirós pelo seu relato. É sempre com emoção que ouço falar aqueles que mais sabem e conhecem sobre a nossa Amarante. E o senhor é uma memória viva dos últimos 50 (!) anos de Amarante. Porque não escreve e descreve Amarante e as suas gentes como o fez hoje. Ficaríamos todos muito gratos.
Nas margens do rio tenho outra surpresa. Convido-o a ir até lá.
Obrigado

Anabela Magalhães disse...

:) Também já lhe disse!

 
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