sábado, 17 de janeiro de 2009

Greve Nacional

Greve Nacional

Já só falta um bocadinho ….

Começo por dizer que a avaliação de desempenho dos educadores e professores portugueses é um requisito fundamental para a valorização profissional, para a dignificação da escola pública e para a melhoria da qualidade do ensino em Portugal.
Persisto convictamente que o modelo imposto pelo ministério nunca servirá nenhum desses objectivos, até porque não foi criado com esse desígnio. E como diz o aforismo que o que nasce torto…, está sobeja e comprovadamente entendido que as avulsas e sucessivas remodelações se limitam a manobras tácticas de protelação com intuitos eleitoralistas. A questão saiu da esfera técnica e profissional e passou exclusivamente para o domínio político. Não vale a pena insistir nas incongruências, na inexequibilidade, no dislate ou na patranha que enferma este funesto projecto governamental. Já toda a gente percebeu que o modelo na sua essência nunca será aplicado porque não é aplicável e porque os professores não o querem e de forma eloquente o declararam. Importa sim perceber porque é que a emproada ministra e seus acólitos teimam na sua execução, mesmo que seja na enésima versão que já em nada corresponde á sua matriz de concepção, e porque é que o engenhoso 1º ministro segura o que resta deste embuste e mantém o que sobra deste ministério! Tenta-se salvar a face politica de um governo em período eleitoral estendendo a dolosa passadeira da conciliação ao mesmo tempo que se diz ao povo que as regras são unas e que agora é que todos "entraram nos eixos".
Delineiam-se atoardas com zelosos secretários de estado a apelarem ao conformismo a troco de benesses e propagam-se ameaças com assanhadas directoras a instigarem processos disciplinares aos mais incautos. Tudo é possível no reino da fantasia mesmo que a imaginação roce a malcriadez despótica. Vale tudo para fazer de conta que tudo está a rolar, mesmo sabendo-se que o que passa é aragem sem nada levar na carruagem. Por isso não podemos embarcar nesta viagem, sob pena de jamais encontrarmos o rumo da navegação profissional.
Colegas, mantenhamos a dignidade do que arduamente construímos! Este ministério, este governo e este país, não estavam preparados para o antagonismo que conseguimos mobilizar. Não podemos trair o que já fizemos nem bloquear o caminho que percorremos. Cada decisão individual, com toda a liberdade de ser exercida, tem de ser pensada como reflexo de e numa razão colectiva.
O êxito da nossa luta é aferido em cada contenda. O resultado da adesão à greve de 2ª feira marcará de forma indelével o desfecho da luta.
Sejamos temerários e não temerosos.
Sejamos determinados e não deterministas.
Sejamos íntegros e não integrados.
Não podemos deixar como legado profissional a narrativa do quase que conseguíamos, especialmente quando já só falta um bocadinho assim!!!

José Maria Cardoso
Professor na Escola Sec. Alcaides de Faria – Barcelos

2 comentários:

Rosa Simões disse...

Gostei do seu texto.
Também me parece que agora o problema é essencialmente político e, por isso, mais dificil.

Anabela Magalhães disse...

A ver vamos, Rosa.
Sendo certo que as vitóras mais difíceis são as mais saborosas...

 
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